Em crise, RJ viu número de desempregados subir 157% em 3 anos
Em grave crise, o Rio de Janeiro foi um dos Estados que mais sofreram com o aumento do desemprego em três anos, de acordo com pesquisa do IBGE.
Entre 2014 e 2017, o número de desempregados no Rio saltou de 494 mil para 1,2 milhão, uma alta de 157%, especialmente devido a demissões na indústria e na construção civil.
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O aumento percentual só foi maior em Santa Catarina (+170,2%), mas, mesmo com esse salto, o Estado registrou a menor taxa de desemprego no país em 2017 (7,1%). A taxa do Rio é mais que o dobro (14,9%).
Considerando todo o Brasil, o crescimento médio no número de desempregados em três anos foi de 86,4%.
As informações fazem parte de um detalhamento da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada nesta sexta-feira (23). A taxa de desemprego e o número de desempregados em 2017 já haviam sido divulgados no final de janeiro.
Crise, corrupção e intervenção
O Rio de Janeiro vem passando por uma grave crise financeira nos últimos anos, principalmente a partir de 2014, com a queda nos preços do petróleo, importante fonte de receita do Estado, e a crise na Petrobras.
Com a economia em frangalhos, viraram cenas frequentes as filas de desempregados, os protestos de servidores públicos com salários atrasados, os hospitais fechados por falta de recursos e as viaturas da polícia paradas, sem combustível.
A corrupção investigada pela operação Lava Jato também ajudou a corroer as finanças do Estado, que chegou a ter três ex-governadores presos ao mesmo tempo, em novembro.
O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), réu em 21 processos, continua preso até hoje. Já os ex-governadores Anthony Garotinho (PR-RJ) e Rosinha Mateus (PR-RJ) foram soltos.
A crise também agravou o caos na segurança pública, com a escalada da violência no Estado. Na semana passada, o governo decretou intervenção federal e nomeou o general Walter Braga Netto como interventor.
O decreto foi aprovado pelo Congresso Nacional na terça, e o interventor anunciou nesta sexta que outro general ocupará o posto de secretário de segurança pública. No entanto, uma semana após o anúncio da intervenção, governo ainda não apresentou um planejamento para as ações no Estado.
Metodologia da pesquisa
Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. São pesquisadas 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios.
O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.
(Com Reuters)
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