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Pague suas dívidas com restituição do IR; veja mais dicas

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Imagem: Stefan

Sophia Camargo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/12/2015 06h00

A Receita Federal deposita nesta terça-feira (15) o pagamento do sétimo e último lote de restituições do Imposto de Renda de 2015 (ano-base 2014). O lote inclui também restituições de 2008 a 2014 que tinham ficado na malha fina.

Serão contemplados 2.819.112 contribuintes, totalizando o valor de R$ 3,6 bilhões.

O melhor destino para esse dinheiro é quitar as dívidas, apontam Ricardo Rocha, professor de Finanças do Insper, e Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

Para quem não tem dívidas, a melhor opção, segundo eles, é investir na renda fixa.

"Quem faz um bom planejamento financeiro pessoal sabe que a restituição é um dinheiro com o qual não se deve contar, porque pode ser que a pessoa receba naquele ano, como pode receber em cinco anos, ou até mesmo não receber, caso a Receita discorde da declaração", diz Rocha.

"Dessa forma, o melhor destino a dar para ele é quitar as dívidas mais caras, especialmente num ano de crise como esse, ou reforçar a poupança."

Veja as dicas:

1) Pague as dívidas mais caras

dívida endividamento bolso vazio - Shutterstock - Shutterstock
Imagem: Shutterstock

  • Quite ou diminua endividamentos caros, como dívidas no cheque especial ou no cartão de crédito
  • Segundo dados da Anefac, os juros ao consumidor chegaram, em outubro, ao maior nível em seis anos
  • As dívidas do cheque especial estavam com juros de 10,36% ao mês, em média
  • No cartão de crédito, os juros estavam ainda maiores: 13,73% ao mês
  • Esses juros altíssimos fazem com que as dívidas aumentem de valor muito rapidamente
  • O Código de Defesa do Consumidor garante o abatimento dos juros quando a quitação da dívida ocorre antecipadamente

2) Em vez de investir, pague dívidas menores

taxa de juros - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

  • Mesmo não tendo dívidas tão caras quanto cheque especial e cartão de crédito, Oliveira sugere usar a restituição para abater ou quitar as dívidas de outros financiamentos, tais como empréstimo consignado ou prestações de lojas
  • Um investimento pode pagar menos que o custo da prestação. Os juros do consignado variam de 1,9% a 3% ao mês, enquanto uma aplicação financeira em renda fixa paga, em média, 0,82% ao mês, diz ele

3) Comece ou reforce a poupança

homem rico poupança milionário moeda - Thinkstock - Thinkstock
Imagem: Thinkstock

  • Para quem está sem dívidas, o ideal é começar ou reforçar o "pé de meia"
  • O ideal é criar uma reserva de emergência que cubra de três a seis meses de despesas e, depois, começar a formar uma poupança para realizar os sonhos, tais como troca de carro ou aposentadoria
  • A sugestão de investimento é na renda fixa, por causa da alta taxa de juros; Ricardo Rocha também sugere investir nos títulos do Tesouro Direto 
  • No curto prazo (até dois anos), os títulos recomendados são o Tesouro Selic, que acompanham a alta de juros
  • No longo prazo, são recomendados os títulos Tesouro IPCA+, que acompanham a inflação
  • Oliveira diz que fundos DI com baixas taxas de administração (1% no máximo) também são boas opções
  • Esqueça a poupança, pois ela está perdendo da inflação. Em novembro, teve rentabilidade negativa de 2,29%