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Banco ou corretora? Vantagens e desvantagens de investir em um ou em outro

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Imagem: Getty Images

Sophia Camargo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/05/2017 04h00

A compra de parte do controle da XP Investimentos pelo banco Itaú Unibanco movimentou o mercado e fez levantar a dúvida: mas, afinal, é melhor investir por meio de banco ou de corretora?

O UOL ouviu quatro especialistas para apontar vantagens e desvantagens de investir por um ou por outro meio: Eric Trevisani, consultor financeiro; Marcos Silvestre, educador financeiro e autor do livro “Tesouro Direto – A Nova Poupança”; Mauro Calil, especialista em investimentos do banco Ourinvest; e Robinson Trovó, da Trovó Academy.

Duas conclusões foram possíveis:

  • Para quem tem muito dinheiro, tanto faz; será bem atendido, terá muitas opções de investimento e menores taxas por ambos os meios. Se for um pequeno investidor, terá mais vantagem se procurar uma corretora.
  • Quem não tem um plano de investimentos não terá vantagem nem com banco nem com corretora. “O tipo de instituição não conserta um mau plano de investimentos, nem a ausência dele. Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho é válido”, afirma Calil.

Veja algumas comparações:

1) Diversidade de opções

Talvez a principal vantagem da corretora, pois ela disponibiliza diversas opções de investimentos oferecidas por várias instituições financeiras. Os bancos costumam restringir as ofertas aos seus próprios produtos para os segmentos de menor renda. “Na corretora, você tem acesso a ofertas que normalmente só são feitas aos clientes de alta renda nos bancos”, diz Trovó.

2) Rentabilidade

Como as corretoras trabalham com diversas instituições, é possível encontrar  produtos que oferecem maior rentabilidade, como CDBs que pagam acima de 120% do CDI ou LCIs que pagam mais de 92% do CDI. “O cliente de varejo encontra esses produtos nas corretoras, enquanto nos bancos comerciais só estariam disponíveis a clientes que possuem milhões para investir”, diz Calil.

3) Atendimento diferenciado

Quem tem um patrimônio líquido acima de R$ 1 milhão vai ter um atendimento diferenciado tanto em corretora quanto em banco. Quem tem menos capital terá um atendimento mais generalizado. Segundo Silvestre, as corretoras de varejo não oferecem atendimento diferenciado, mas têm bons sites e possibilidade de tirar dúvidas por chat. “Uma boa dica é procurar aquela que tem mais serviços de análise no seu site”, diz.

4) Produtos inadequados

Segundo os especialistas, um ponto negativo dos bancos é que muitos oferecem produtos que não são considerados investimentos, como títulos de capitalização. Na corretora, todos os produtos oferecidos são investimentos.

5) Acompanhamento do investimento

Nem o banco nem a corretora de varejo acompanham o investimento, isso é trabalho do próprio investidor. “Eventualmente esse serviço pode ser oferecido a clientes de maior renda, mas tem custo”, diz Silvestre. Segundo ele, a corretora de varejo não faz acompanhamento dinâmico de carteira. “Não confunda corretora private com corretora de varejo. A corretora de varejo não ganha para isso. Bananeira não dá uva”, diz.

6) Cobrança de taxas

Neste item, a corretora costuma levar vantagem. As corretoras geralmente não cobram para abertura de conta, e algumas até isentam taxas para operar o Tesouro Direto. “Quem remunera a corretora é a instituição que oferta o produto, no caso de produtos de renda fixa”, afirma Trovó. Mas, segundo ele, algumas corretoras incentivam em demasia o investidor a fazer day-trade (compra e venda diária de ações na Bolsa), que pode resultar em prejuízo ao investidor, caso ele não saiba operar. “As corretoras também vivem de taxas de corretagem e, quanto mais ordens de compra e venda, mais elas ganham", explica. "Só aconselho quem tem muito conhecimento a aplicar na Bolsa. Caso contrário, fique longe dela”, diz.

7) Comodidade

Ponto para os bancos. Sem dúvida é mais fácil e cômodo direcionar os investimentos no próprio banco, sem precisar fazer transferências. No caso das corretoras, é preciso transferir o dinheiro para a conta delas quando decidir investir. “Quem quiser investir R$ 30 por mês no Tesouro Direto, por exemplo, pode até ter prejuízo se tiver de ficar pagando as transferências bancárias”, diz Calil.

8) Segurança

Nível semelhante de segurança no caso dos investimentos, que é igual nas duas instituições. O Tesouro Direto é garantido pelo Tesouro Nacional; poupança, CDB e LCI, por exemplo, são garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos; fundos são garantidos pelos ativos que contêm; ações e debêntures são garantidas pelas empresas que as emitem.

Compare sempre

Em resumo, para quem quer investir, é melhor comparar ambos. “Sempre recomendo para um cliente ter conta em banco e em uma boa corretora de valores, pois vale a pena ter a corretora como contraponto, como comparação. Quando você tiver uma grana para aplicar, veja o que o banco e a corretora oferecem. Aplique em quem te oferecer mais vantagem”, resume Trevisani.

Como encontrar uma corretora

No site da Bolsa, é possível encontrar a lista de todas as corretoras autorizadas.

O site do Tesouro Direto também informa as corretoras habilitadas a operar com os títulos (clique neste link). Também é possível encontrar o ranking das corretoras que mais negociaram títulos do Tesouro. Em março de 2017, último dado disponível, as principais foram: 

  • Easynvest
  • Rico CTVM
  • XP Investimentos
  • Itaú
  • BB Banco de Investimento
  • Caixa Econômica Federal
  • Bradesco
  • Santander CCVM
  • Clear CTVM
  • Ágora CTVM