Não consegue esperar o 13º? Bancos emprestam, mas juros vão até 4,6% ao mês
Aposentados e pensionistas já receberam a primeira parcela do 13º salário, mas, para os demais trabalhadores com carteira assinada, o pagamento ainda leva mais alguns dias para cair na conta --o prazo final é 30 de novembro. Para quem não consegue esperar até lá, os grandes bancos oferecem uma antecipação.
É possível pegar um empréstimo de até 100% do valor do 13º salário, com limite que varia de R$ 5.000 a R$ 20 mil, conforme a instituição financeira e o relacionamento do cliente com o banco. As taxas de juros cobradas começam em 2,89% ao mês, podendo chegar a 4,59%.
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O UOL levantou as condições desse tipo de crédito em cada banco (veja abaixo) e ouviu especialistas para saber em quais situações vale a pena pegar o dinheiro emprestado e que cuidados tomar.
Veja as condições nos principais bancos
Banco do Brasil
- Taxa de juros: a partir de 2,89% ao mês (varia conforme o relacionamento do cliente com o banco);
- Limite: 80% do valor do 13º salário, com máximo de R$ 20 mil;
- Quem pode contratar: clientes que recebem salário numa conta do BB;
- Onde encontrar: agência, caixa eletrônico, internet, aplicativo de celular ou correspondente bancário da instituição;
- Prazo: o empréstimo está disponível ao longo de todo o ano e o pagamento é feito em parcela única, quando cair o 13º na conta do cliente.
Segundo o BB, o empréstimo é uma alternativa para clientes que têm dívidas mais caras, como cheque especial ou rotativo do cartão de crédito. Atualmente, cerca de 60% dos clientes do banco que contratam a antecipação utilizam o dinheiro para quitar dívidas com juros altos.
Bradesco
- Taxa de juros: a partir de 2,99% ao mês (varia conforme relacionamento com o cliente);
- Limite: 100% do valor do 13º, até R$ 30 mil (para beneficiários do INSS, o limite é de 50% do valor do benefício);
- Quem pode contratar: clientes que recebem salário numa conta do Bradesco (é preciso apresentar o último comprovante de renda, como holerite);
- Onde encontrar: agências do Bradesco;
- Prazo: a modalidade está disponível até 31 de outubro, e o pagamento precisa ser feito, no máximo, até 20 de dezembro.
Caixa Econômica Federal
- Taxa de juros: a partir de 3,19% ao mês (varia conforme perfil e relacionamento do cliente com o banco);
- Limite: 90% do valor do 13º, com mínimo de R$ 500 e máximo de R$ 20 mil (para beneficiários do INSS, o limite é de 50% do valor do benefício);
- Quem pode contratar: clientes que recebem salário numa conta da Caixa, com pelo menos um ano de vínculo empregatício, e aposentados e pensionistas do INSS que recebam o benefício por uma conta do banco;
- Onde encontrar: agências da Caixa;
- Prazo: a modalidade está disponível ao longo de todo o ano, e o prazo para pagamento é de 330 dias a partir da data de contratação do empréstimo.
Itaú Unibanco
- Taxa de juros: a partir de 3,13% ao mês (varia conforme o relacionamento do cliente com o banco);
- Limite: 100% do valor do 13º, com máximo de R$ 5.000 (para clientes Personnalité, o limite é de R$ 10 mil);
- Quem pode contratar: clientes que tenham conta corrente no Itaú;
- Onde encontrar: agências, caixa eletrônico, internet e aplicativo de celular;
- Prazo: a modalidade está disponível para contratação até 31 de outubro.
Santander
- Taxa de juros: Entre 2,59% ao mês e 4,59% ao mês;
- Limite: 100% do valor do 13º, com mínimo de R$ 100 e máximo de R$ 8.000;
- Quem pode contratar: clientes que receberam salário em conta corrente do Santander;
- Onde encontrar: agências, caixa eletrônico, internet e aplicativo de celular;
- Prazo: a modalidade está disponível para contratação até 15 de dezembro, e o pagamento do empréstimo deve ser feito até 20 de dezembro.
Vale a pena: para pagar dívidas mais caras
Os especialistas recomendam usar esse tipo de empréstimo para reduzir ou quitar dívidas que têm juros maiores --como rotativo do cartão de crédito ou cheque especial.
"Antecipar o 13° exigirá uma organização financeira das dívidas e dos compromissos de final de ano. Caso contrário, a contratação do empréstimo pode prejudicar ainda mais a saúde financeira da pessoa", diz Mário Amigo, professor de finanças da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), da FIA (Fundação Instituto de Administração) e da Saint-Paul.
Empréstimo para fazer compras? Pense duas vezes
Os especialistas não indicam pegar o crédito para fazer compras. "Esse tipo de gasto deveria ser planejado, e não como uma 'oportunidade' que surgiu por meio da antecipação do 13º", afirma o planejador financeiro Rogério Nakata, da Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros).
Segundo Mário Amigo, só vale a pena usar o empréstimo para compras se o produto ou serviço desejado estiver num ótimo preço e com um bom desconto para pagar à vista. "Mas precisa fazer a conta para avaliar o benefício da antecipação", diz.
Tomou emprestado? Veja os cuidados
Se você precisou do crédito para pagar dívidas mais caras, é importante levar em conta, por exemplo, quanto pode comprometer do orçamento para pagar o empréstimo.
"Antes de assinar qualquer contrato de empréstimo, conheça sua real capacidade de pagamento", afirma Mauro Calil, especialista em investimentos do banco Ourinvest e fundador da Academia do Dinheiro.
Outros pontos que merecem atenção:
- Verifique as condições do crédito: Custo Efetivo Total (CET), que inclui juros, encargos financeiros e outras taxas, além de prazo e valor das parcelas;
- Pesquise as condições do empréstimo em mais de um banco com que tem relacionamento;
- Avalie tomar uma linha de crédito com juros mais baixos, como empréstimo consignado (descontado automaticamente da folha de pagamento);
- Pesquise opções de empréstimo em fintechs, empresas que oferecem crédito on-line.
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