Vai investir antes das eleições? Com Selic atual, escolha título pós-fixado
Títulos pós-fixados e com vencimento em até dois anos são as indicações dos especialistas para quem pretende investir nos próximos meses, até que os brasileiros saibam quem será o próximo presidente da República.
O fato de o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) ter mantido a taxa básica de juros, a Selic, em 6,5% ao ano na reunião desta quarta-feira (19) não significa que o cenário esteja tranquilo para os investimentos.
A indefinição sobre o futuro político e econômico do país tem preocupado o mercado financeiro, o que provoca fortes oscilações nos preços das ações, do dólar e dos contratos de juros futuros.
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Investimentos de renda fixa do tipo prefixado ou atrelado à inflação (IPCA) são afetados por essa instabilidade. Esses papéis estão sujeitos à marcação a mercado, ou seja, a ajustes diários de preços, para cima ou para baixo. Apenas os papéis pós-fixados conseguem escapar ilesos da turbulência, mas oferecem um rendimento menor.
Pós-fixados acompanham mudanças nos juros e na inflação
Investir em papéis pós-fixados, como títulos do tipo Tesouro Selic ou CDBs atrelados à taxa do CDI, é uma forma de proteger o patrimônio em períodos de incerteza.
“Estamos em um cenário binário. É preciso esperar o resultado das urnas para se ter alguma ideia de como ficará a economia, se a inflação vai ficar sob controle, se o dólar ou os juros vão subir”, afirmou Sandra Blanco, especialista em investimentos da Órama.
“Os pós-fixados seguem o comportamento dos juros. Se a inflação subir ou se o real se desvalorizar mais, os juros terão que subir. Portanto, o investimento pós-fixado garante proteção, qualquer que seja o cenário no futuro”, explicou Sandra.
Demanda por pós-fixados cresceu nas últimas semanas
Levantamento feito pelo buscador de investimentos Yubb mostra que a demanda por títulos pós-fixados cresceu 37% nas últimas duas semanas. “Claramente o investidor está em busca de maior segurança nesse período de incerteza eleitoral”, disse Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb.
O prazo das aplicações também diminuiu. “Até agosto, as pessoas estavam investindo em títulos prefixados com prazo de três a quatro anos. Agora elas estão procurando papéis pós-fixados com vencimento de até dois anos”, afirmou Pascowitch.
Segundo ele, a tendência, neste momento, é que o investidor concentre as aplicações no curto prazo, procurando inclusive os CDBs com liquidez diária. “As pessoas querem esperar para ter uma previsibilidade maior do cenário político e econômico antes de tomar uma decisão de investimento de longo prazo.”
Prefixados pagam taxas atraentes, mas risco é alto
O investidor que tem maior disposição ao risco pode encontrar no mercado CDBs prefixados de bancos pequenos e médios que pagam juros entre 13% e 14% ao ano. No entanto, o dinheiro precisa ficar aplicado por cinco anos.
“É uma taxa atraente, especialmente se a ideia for diversificar os investimentos", declarou Sandra Blanco, da Órama.
No entanto, o investidor não deve concentrar recursos nesse tipo de papel agora porque ele embute um risco alto. "Ninguém sabe ao certo o que acontecerá com a economia em um período tão longo. Mesmo com todo esse prêmio [juro alto], se a inflação disparar, o investidor poderá perder dinheiro”, disse Sandra.
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