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Dólar decolou antes de sua viagem já comprada ao exterior; e agora?

João José Oliveira

do UOL, em São Paulo

02/12/2019 04h00Atualizada em 28/02/2020 17h35

Resumo da notícia

  • Turista que já comprou viagem pode fazer aquisições antecipadas de passeios
  • Comprar ingressos no Brasil e pagar em reais é uma forma de reduzir riscos
  • Quem ainda não comprou passagens deve esperar situação melhorar

Você já comprou as passagens aéreas e as diárias de hotéis para aquela sonhada viagem de fim de ano com a família para os Estados Unidos e, justo na reta final do ano, viu o dólar escalar todos os recordes. Cancelar o pacote pode ser mais caro que encarar o roteiro —sem falar no estresse de desfazer o combinado com sua família. Então, a saída, dizem profissionais do setor ouvidos pelo UOL, é ao menos diminuir o risco de deixar a conta final ainda mais salgada.

"Sempre que o dólar tem um pico, dá uma apreensão nos consumidores", afirma o vice-presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), Frederico Levy. "Mas depois que passa o momento de mais volatilidade e a cotação estabiliza, mesmo que em patamar mais elevado, o movimento dos consumidores volta. O importante é não agir no impulso", disse.

Comprar passeios e parques em reais

O executivo da Braztoa disse que a primeira recomendação para quem já tem passagens e diárias contratadas é tentar antecipar outras compras que fazem parte dos planos do roteiro, como passeios, tours, bilhetes de shows ou ingressos de parques.

"Vale a pena adiantar e comprar aqui no Brasil mais coisas para pagar em reais e ainda parcelar. Dessa forma, evita-se o risco de ver o custo da passagem crescer ainda mais. Vai que no dia do parque, o dólar está ainda mais elevado", disse Levy.

É claro que a cotação do dólar pode cair, e os ingressos ficaram mais baratos depois que você comprar. Mas não dá para prever isso. A compra agora seria uma forma de não se angustiar com o tema.

Levar mais dinheiro ou colocar um pouco mais no cartão pré-pago também são alternativas, disse o executivo da Braztoa. Dessa forma, o pagamento do cartão de crédito depois da viagem tende a ser menor.

Comprar aos poucos

Na hora de comprar dólares antes da viagem, a dica é evitar acertar o momento perfeito e comprar tudo de uma vez. "Se a pessoa vai viajar daqui a cinco semanas, por exemplo, o melhor é comprar aos poucos, por exemplo, um quinto do total a cada semana. Dessa forma, a tendência é pegar um valor médio do dólar", afirma o sócio da MelhorCâmbio.com, Alexandre Monteiro.

Segundo ele, em dias de estresse no mercado de câmbio, até aumenta a quantidade de pessoas buscando informações, mas o volume de transações cai. "Em momentos de pico, é melhor esperar, se a pessoa puder", disse Monteiro. Ele disse que na MelhorCâmbio.com, que recebe cerca de 100 mil visitas por dia, a audiência dobra em dias como dessa terça-feira — quando o dólar subiu com força —, mas as transações contratadas caem pela metade.

Por isso também, não é recomendável deixar para comprar as moedas da viagem em cima da hora. "O objetivo do turista não é especular com o dólar, mas ter moeda para usar na viagem. Deixar para a última hora pode até dar certo, mas o risco de comprometer a diversão também é grande", disse o sócio da MelhorCâmbio.com.

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