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O que eu posso fazer para não ter um financiamento ou empréstimo negado?

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Imagem: Getty Images

Adriano Ferreira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/07/2022 04h00

Um empréstimo ou financiamento é um contrato legal entre quem está solicitando e quem vai ceder o crédito. Por isso, quanto maiores as garantias e segurança que o credor tem sobre o contrato, maiores são as possibilidades de que você consiga ser aprovado.

Antônio Saporito, professor de ciências contábeis da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), esclarece que, enquanto no empréstimo o dinheiro não tem vínculo com a aquisição de qualquer bem, o financiamento está ligado à compra de algo. Porém, antes de mais nada, é necessário verificar se as condições de taxas de juros são atrativas e os valores compatíveis com a capacidade mensal de pagamento.

Confira o que fazer para evitar uma negativa na hora de pedir um empréstimo ou financiamento:

1 - Limpe o nome sujo e evite atrasar pagamentos de dívidas

Denis Forte, professor e doutor em finanças comportamentais do programa de pós-graduação em administração da Universidade Presbiteriana Mackenzie, explica que, quando a pessoa física deixa de pagar em dia algum débito, essa pendência é enviada ao sistema de crédito, como Serasa ou SPC. Então o CPF pode ser incluído no cadastro de devedores ativos. As dívidas também podem inclusive estar relacionadas aos impostos relativos à federação, estados ou municípios.

Essa situação é prejudicial para novos empréstimos, uma vez que o risco aumenta para o credor. A solução ideal, se possível, é negociar o pagamento da dívida atrasada e retirar o nome do cadastro. Isso pode levar uns dias.

Caso a possibilidade de quitação não seja viável, existem outras modalidades de crédito, como o consignado (no qual o débito cai antes para o credor do que para o cliente). Porém, é indispensável ter vínculo empregatício ou ser beneficiário da previdência social.

2 - Informe dados pessoais sem erros

No momento de preencher qualquer contrato ou solicitação de informações pessoais, é importante que os dados estejam corretos e sejam verdadeiros. Para isso, anote os números do CPF, RG e de outros documentos importantes, pois é a partir deles que os credores se orientam.

"Erros ou omissões de informações importantes como nível de renda, propriedade de bens e direitos, e posse de apólices de seguros podem gerar negativas para o cliente", alerta o professor Saporito.

3 - Mostre o seu histórico

O sistema bancário e de crédito é bastante integrado e mantêm um histórico de dados, principalmente ligado ao consumo dos indivíduos e empresas. Dessa maneira, caso você tenha ou teve um problema financeiro, é melhor informar antes e comprovar que resolveu.

Embora menos frequente, existem chances de homônimo, ou seja, a restrição pode ser de outra pessoa com o mesmo nome daquela que busca os recursos. Neste caso, você deverá deixar claro que não possui nenhuma dívida. E se nunca teve nada pendente, apresente um histórico financeiro com valores, pois isso reduzirá a possibilidade de rejeição.

4 - Defina limites para o tempo de duração e valor

Quanto mais se pede em relação ao que se ganha, mais caro o valor da dívida. Quanto mais tempo, em geral, também os juros se diluem, mas se tornam altos pelo risco ao longo do tempo. Dessa maneira, as variáveis principais ao se pedir crédito estão ligadas ao valor e tempo. Nisto, as informações patrimoniais e de renda vão auxiliar no pedido, no risco, e consequentemente, na taxa de juros.

Existe um acompanhamento de limites tanto no âmbito interno da instituição financeira como do sistema bancário através da consolidação de dívidas feita pelo Banco Central. Por isso, uma operação de empréstimo ou financiamento pode ser negada por causa do teto de limites.

5 - Tenha garantias

Essa estratégia em princípio traz benefícios ao reduzir o risco, e, portanto, atrai juros em princípio menores. Mas tenha cuidado, pois, se não pagar a dívida, o risco é de perder um bem de valor muito maior do que o valor pendente.

No entanto, existem casos que têm regras específicas, como para obter um financiamento para aquisição de casa própria, por exemplo, em que o solicitante não pode ter imóvel residencial próprio.

6 - Libere suas informações financeiras para análise

A lei 12.441/2011 foi alterada em 9/07/2019. Ela atualiza a posição de crédito de todas as pessoas físicas e jurídicas em relação aos empréstimos, financiamentos, contas de serviços ou consumo. Quando o interessado libera as informações para o sistema bancário, em caso positivado, tem maior disponibilidade de valores e condições melhores.

Embora todas as dicas sejam úteis, o professor e doutor lembra: "é sempre melhor adiar um consumo, se possível, e poupar para comprar à vista com desconto. E manter uma reserva para realmente não pedir crédito, pois uma grande parte da renda se vai no pagamento dos juros", orienta o professor e doutor Forte.