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Quanto você precisa ter para ganhar R$ 1.000 por mês no Tesouro?

Nos últimos dois meses, a taxa básica de juros, a Selic, já caiu um ponto percentual, de 13,75% para 12,75% ao ano.

Com isso, vai ficar mais difícil viver de renda para quem investe no Tesouro Direto. Veja quanto é necessário investir nessa aplicação para ter um rendimento médio de R$ 1.000 por mês.

Tesouro Selic

Vamos começar com o único título do Tesouro Direto em que você pode resgatar o seu dinheiro a qualquer momento, mesmo antes do vencimento, praticamente sem risco de perdas. Tal título é o Tesouro Selic.

Para receber um rendimento líquido de R$ 1.000 por mês com o esse papel, seria necessário investir um total de R$ 114 mil. O valor já desconta o Imposto de Renda e considerando a rentabilidade atual. Desse valor, no entanto, R$ 376 são apenas para corrigir o investimento pela inflação, para que o dinheiro não perca poder de compra no decorrer do tempo.

Assim, para quem deseja uma renda de R$ 1.000 além da correção inflacionária, o investimento no Tesouro Selic deveria ser de R$ 185 mil.

Isso tudo, repito, considerando o nível atual da taxa Selic. Mas é provável que essa taxa caia nos próximos meses, afetando a rentabilidade do Tesouro Selic.

Se a taxa cair para 8,5% ao ano nos próximos dois anos, como preveem analistas consultados pelo Banco Central, será preciso ter R$ 160 mil no Tesouro Selic, hoje, para obter uma renda média de R$ 1.000 mensais nos próximos dois anos, sem descontar a inflação. Descontando a inflação, o valor investido deveria ser de R$ 335 mil.

Tesouro Prefixado

A vantagem do Tesouro Prefixado é que você já sabe exatamente quanto o seu dinheiro vai render nos próximos anos. Não é como o Tesouro Selic, em que temos que prever vários cenários (por exemplo, se a Selic cair, se não cair etc).

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Sendo assim, para ganhar em média R$ 1.000 por mês com o Tesouro Prefixado que vence em 2033, é preciso investir R$ 127 mil, já descontando o IR. Esse é o Tesouro Prefixado com juros semestrais 2033.

Se descontarmos também a inflação, é preciso aplicar R$ 220 mil nesse título, hoje, para se ter uma renda média de R$ 1.000 por mês, além da correção inflacionária. Todos os cálculos desta coluna consideram uma inflação média de 4% ao ano.

Apenas saiba que esse título (Tesouro Prefixado 2033) não paga juros mensalmente, e sim semestralmente. O que eu estou chamando de ganho de R$ 1.000 por mês é, na verdade, um ganho de cerca de R$ 6.000 por semestre.

Tesouro IPCA

O Tesouro IPCA é o título que corrige o seu dinheiro pela inflação e ainda paga uma taxa de juros a mais. Para o seu dinheiro render R$ 1.000 por mês no Tesouro IPCA 2032, é preciso investir R$ 150 mil, sem considerar a inflação, ou R$ 296 mil descontando a inflação.

Esse é o Tesouro IPCA com juros semestrais 2032. Assim como o Tesouro Prefixado, o IPCA também paga juros semestralmente, não mensalmente, de modo que os R$ 1.000 são apenas uma média mensal.

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Afinal, em qual investir?

Se fôssemos olhar apenas para esses números, a conclusão seria de que o mais indicado é investir no Tesouro Prefixado. Pois, com ele, você precisa de um valor menor para gerar R$ 1.000 por mês.

No entanto, dois pontos precisam ser considerados. Em primeiro lugar, se você não sabe se vai precisar resgatar antes da data de vencimento, o mais indicado é ir no Tesouro Selic, pois com ele você pode sacar seu dinheiro antes do prazo sem quase nenhum risco de prejuízo. Já no Tesouro IPCA e no Tesouro Prefixado, o resgate antes do prazo pode trazer perdas consideráveis, às vezes de 20% do valor investido ou até mais.

O outro ponto a ser considerado é que não é possível prever exatamente o que vai acontecer com a inflação e com os juros. Sendo assim, se você pode aguardar até a data de vencimento dos títulos, o ideal é dividir seu dinheiro entre os três, colocando um terço no Tesouro Selic, um no IPCA e a última parte no Prefixado. Dessa forma, você dilui o risco de os juros e a inflação variarem de forma muito diferente do previsto.

Pensa em viver de renda?

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Reportagem

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Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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