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Como receber R$ 1.000 por mês com fundos de investimento imobiliário?

Um dos principais atrativos dos fundos de investimento imobiliário (FIIs) é que eles depositam todos os meses um valor na conta do investidor. Por esse motivo, os FIIs têm sido cada vez mais usados para quem busca uma renda mensal com os investimentos.

Na coluna de hoje eu mostro quanto é preciso aplicar, em diferentes fundos imobiliários, para receber cerca de R$ 1.000 por mês.

Quanto investir para receber R$ 1.000 por mês em FIIs

Para elaborar esta coluna, fiz um levantamento do retorno dos FIIs mais negociados do país, divididos em quatro segmentos. No total, considerei 76 fundos.

Em média, o retorno em dividendos desses fundos está em 9,4% ao ano. Trata-se de um excelente resultado, considerando que os dividendos dos FIIs são isentos de Imposto de Renda. Com essa rentabilidade, é preciso ter R$ 127 mil aplicados para receber uma renda de R$ 1.000 por mês.

Como funcionam os FIIs?

Investir em um FII equivale a comprar uma fração de um imóvel ou de um conjunto de imóveis, passando a receber a renda que esses ativos geram em aluguel.

Por exemplo, se você compra uma cota de um fundo que possui um prédio de escritórios, você se torna um dos donos daquele edifício. Caso os escritórios estejam alugados, você passa a receber, por mês, uma fração do dinheiro arrecadado com os aluguéis. Esse foi um exemplo de um fundo de tijolo, ou seja, que possui imóveis físicos em seu portfólio.

Existem também os FIIs de papel, aqueles que não possuem imóveis, mas, sim, contratos de empréstimos relacionados a imóveis. Um fundo de papel pode conter, por exemplo, contratos de financiamento imobiliário. Nesse caso, se você comprar uma cota, passa a receber, todos os meses, uma fração da parcela que as pessoas estão pagando na compra da casa própria.

Em geral, os fundos de tijolo (que possuem imóveis) são menos arriscados do que os de papel (que possuem contratos de empréstimo ligado a imóveis).

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Quais tipos de fundo imobiliário rendem mais?

No levantamento, analisei quatro segmentos de FIIs: lajes corporativas (prédios de escritório), logística, shopping centers e FIIs de papel.

O que apresentou o maior rendimento foi o dos FIIs de papel, com um retorno de 12,2% ao ano em dividendos. Isso é esperado porque, como os FIIs de papel são os mais arriscados, espera-se que a taxa de retorno seja alta. É assim com o mercado financeiro em geral: quanto maior a expectativa de retorno de um investimento, maior tende a ser o seu risco. Sendo assim, para se obter um rendimento de, aproximadamente, R$ 1.000 por mês com fundos de papel, é preciso ter R$ 98 mil aplicados.

Em segundo lugar ficaram os fundos de logística, com um retorno de 10% ao ano. Para receber R$ 1.000 por mês, é preciso ter R$ 120 mil nesses ativos.

Em terceiro lugar os fundos de lajes corporativas (prédios de escritórios), com um retorno de 8,1% ao ano, o que requer um investimento de R$ 148 mil para uma renda de R$ 1.000 mensais.

Por último, entre os quatro setores analisados, vem o de shopping centers. Com um retorno de R$ 7,3% ao ano, esse segmento gera uma renda de R$ 1.000 por mês se você investir cerca de R$ 165 mil.

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Riscos dos FIIs

Antes de começar a investir, no entanto, é preciso ter ciência dos riscos. Não há nenhuma garantia de que o atual nível de retorno desses investimentos vá continuar. É possível que a rentabilidade caia ou suba.

Para controlar o seu risco, é importante diversificar o investimento, escolhendo FIIs que possuam vários imóveis. Assim, se um deles ficar desocupado, o fundo ainda tem outros que continuarão gerando renda.

Outro ponto a ser considerado é o segmento do fundo. Os fundos de papel, como eu disse, costumam ser mais arriscados. Eles rendem mais, como você viu, mas, algumas vezes, podem gerar perdas consideráveis. Um exemplo recente é o do fundo Devant Recebíveis, negociado pelo código DEVA11. Ele acumula uma perda de cerca de 45% do seu valor desde janeiro de 2023.

Também é importante procurar saber se o preço da cota variou muito nos últimos anos, para cima ou para baixo. Se houver muitas variações, o fundo provavelmente é mais mais arriscado. Quem busca estabilidade no recebimento de dividendos deve buscar aqueles que não variam muito nem em termos de preço da cota nem em termos de valor dos dividendos pagos por cota.

Alguma dúvida?

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Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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