Sílvio Crespo

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Reportagem

Em quanto tempo seu dinheiro dobra se investir de forma segura?

Se você investisse o seu dinheiro em uma aplicação segura, em quanto tempo ele terá rendido até se transformar no dobro do valor atual? Na coluna de hoje você vai ver essa resposta considerando diferentes aplicações financeiras.

Investindo no título mais previsível de todos

O investimento com menor risco do Brasil é o Tesouro Direto. Entre os títulos do Tesouro Direto, existe um que é ainda mais previsível do que os demais: é o chamado Tesouro Prefixado.

Atualmente, Tesouro Prefixado 2031 está com uma rentabilidade bruta de 11,96% ao ano. O que dá 10,17% se descontarmos o Imposto de Renda.

Com essa taxa, o investimento dobraria de valor após sete anos e dois meses.

Considere a inflação

O problema desta conta é que ela não desconta a inflação. De fato, ao deixar o dinheiro aplicado por esse período, o valor irá dobrar, mas os preços da economia certamente subirão em algum nível nos próximos sete anos.

A previsão de analistas consultados pelo Banco Central é de que os preços da economia brasileira subam 3,88% este ano. Se isso se mantiver, a inflação acumulada nos próximos anos será de 31%.

Dessa forma, você precisaria deixar o seu dinheiro aplicado não por sete anos, mas por 12, caso queira dobrar o poder de compra do valor inicial. Investindo, por exemplo, R$ 1.000, após 12 anos você teria R$ 3.196. Porém, por causa da inflação, esse valor final teria um poder de compra equivalente ao de R$ 2.000 hoje.

Diversifique os títulos

É verdade que o Tesouro Prefixado é o investimento mais previsível do país. No entanto, a inflação não é nada previsível, e a taxa básica de juros da economia também não.

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Se a inflação subir mais do que o previsto, é importante que você esteja protegido. E se a taxa de juros aumentar também, você provavelmente não vai querer ficar em uma aplicação cuja rentabilidade não aumenta.

Por isso, é importante não manter o dinheiro somente no Tesouro Prefixado. Se quiser aplicar da forma mais segura de todas, o ideal é dividir o valor entre o Tesouro Prefixado, o Tesouro IPCA e o Tesouro Selic. Assim, se o seu objetivo é deixar o dinheiro aplicado ao longo de anos, com o menor risco possível, dividindo o valor entre os três títulos você terá uma rentabilidade média entre eles.

Para ganhar um pouco mais

Você pode também ter uma rentabilidade um pouco maior se mantiver o dinheiro aplicado em CDBs de bancos médios.

Hoje, é possível encontrar CDBs prefixados de longo prazo com taxa de rentabilidade bruta de até 14,3% ao ano. Descontando o IR, isso dá 12,16% ao ano.

Com um CDB desse tipo, você precisaria não de sete anos, mas de seis para dobrar o valor aplicado, sem considerar a inflação. Já se considerar a inflação, você precisará de nove anos e meio, não de 12, para dobrar o poder de compra do valor aplicado.

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É importante você saber, no entanto, que o investimento em CDB só é realmente seguro se você nunca ultrapassar o limite de R$ 250 mil aplicados. Até esse valor, se o banco emissor do CBD quebrar, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) lhe paga tudo o que você aplicou, mais os juros. Acima desse limite, você fica no prejuízo.

Deixe o dinheiro até o vencimento

Os cálculos citados nesta coluna só funcionam se você deixar o dinheiro aplicado até a data de vencimento dos títulos que você escolher. Caso tente fazer o resgate antes, você pode ter prejuízo. Só invista no Tesouro Prefixado ou em um CDB prefixado se você tiver certeza de que poderá manter o valor aplicado até o vencimento. Caso não tenha certeza, escolha o Tesouro Selic ou um CDB pós-fixado com liquidez diária. Nesses dois casos, você pode fazer o resgate antes do vencimento praticamente sem risco de perdas.

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