Quanto tempo R$ 1 milhão duraria com seus gastos atuais? Descubra
Você tem ideia de quanto tempo um investimento de R$ 1 milhão duraria nas suas mãos, caso você mantivesse os seus gastos atuais e nenhuma outra fonte de renda?
Esse é um excelente exercício para quem está juntando dinheiro para aposentadoria.
Na coluna de hoje eu trago simulações com diferentes investimentos mostrando quantos meses duraria uma aplicação de R$ 1 milhão, dependendo do tamanho das suas retiradas mensais e dos investimentos escolhidos.
Os dados usam como base as taxas atuais de juros, inflação e rentabilidade dos investimentos.
Investindo com o mínimo de risco
Caso você aplique R$ 1 milhão no investimento mais seguro do país, que é o Tesouro Direto, você terá uma renda vitalícia de R$ 4.155 por mês.
Isso significa que, fazendo retiradas nesse valor, você estará gastando apenas uma parte dos juros da aplicação. Outra parte continuará investida e servirá para atualizar o montante pela inflação.
Ou seja, gastando até esse valor, e se o cenário de inflação e juros não mudar, o seu milhão duraria para sempre, podendo ser repassado de forma intacta aos seus herdeiros.
Já se você gastar um pouco mais, R$ 5.000 por mês, o valor duraria 36 anos. Retirando R$ 7.000 mensais, a duração cai para 18 anos, e R$ 10 mil, para 11 anos.
Com retiradas de R$ 20 mil o montante duraria menos de cinco anos; com R$ 50 mil, apenas um ano e oito meses.
Os cálculos consideram que você sempre atualize o valor das retiradas pela inflação, pois aqui estamos falando em manter o poder de compra ao longo dos anos. A rentabilidade considerada foi a do título Tesouro Selic 2029.
Aplicando em CDB
Investindo R$ 1 milhão em um CDB com rentabilidade de 110% do CDI, o valor máximo das retiradas para que o montante dure para sempre é de R$ 4.735, ou seja, R$ 580 a mais do que no Tesouro Selic.
Com gastos de R$ 5.000 por mês (e sempre atualizando esse valor pela inflação), a aplicação duraria 52 anos. Com R$ 7.000, o tempo cairia para 20 anos, e com R$ 10 mil, para 11 anos.
De R$ 10 mil para cima, a duração seria praticamente a mesma da verificada no Tesouro Selic.
Isso acontece porque, quando a retirada é alta, o período encurta tanto que a diferença de juros quase não aparece. A diferença de juros é mais sentida quanto maior é o período investido.
Comprando fundos imobiliários
Se considerarmos o retorno em dividendos dos fundos de investimento imobiliário (FIIs), os números se tornam completamente diferentes.
Um investimento de R$ 1 milhão em FIIs gera, hoje, dividendos aproximados de R$ 8.400 por mês. Ou seja, esse seria o valor que você poderia gastar de forma vitalícia, sem afetar o tamanho do patrimônio, medido em número de cotas de FIIs.
O número toma como base o retorno médio em dividendos dos fundos de tijolo (aqueles que investem em imóveis físicos) mais negociados do país.
Por outro lado, se você começar a gastar mais do que isso, o tempo das retiradas vai depender muito da variação do preço da cota dos seus FIIs.
Supondo que, a longo prazo, o preço das cotas varie de acordo com a inflação, retiradas de R$ 10 mil durariam 18 anos. De R$ 20 mil, cinco anos e cinco meses; de R$ 50 mil, um ano e dez meses.
Investindo em ações
Se você for investir em ações, tem que entender que a previsibilidade é extremamente baixa.
Mas podemos fazer o seguinte exercício teórico: considerando um retorno em dividendos de 6,87% ao ano, um investimento de R$ 1 milhão geraria uma renda média de R$ 5.725 por mês.
Esse seria o valor máximo dos seus gastos para o patrimônio durar para sempre. O retorno de 6,87% é a média de 17 empresas do setor de concessionárias de serviços públicos, segmento que apresenta uma estabilidade um pouco maior no pagamento de dividendos.
Mas o mercado de ações é muito instável. Com ou sem retiradas, o valor pode tanto cair à metade quanto dobrar de um ano para o outro.
Atenção aos riscos
Ao planejar a sua aposentadoria, verifique sempre os riscos de cada investimento. O Tesouro Selic tem risco praticamente zero. O CDB, já tem um risco um pouco maior, principalmente quando estamos falando em investimentos acima de R$ 250 mil (até esse limite, o investidor tem proteção do Fundo Garantidor de Crédito).
Os fundos imobiliários já são bem mais arriscados que o CDB. Não há garantia nenhuma de que o retorno em dividendos se manterá no patamar atual. Além disso, existe o risco de queda no preço da cota dos FIIs, como ocorreu nos últimos meses.
Em relação ao mercado de ações, o risco é ainda maior, tanto de variação dos dividendos quanto de queda no preço do título.
O ideal não é escolher a aplicação que apresenta hoje as maiores rentabilidades. Primeiro você verifica se as aplicações mais seguras oferecem um retorno que seja suficiente para você. Caso não ofereçam, você pode estudar os investimentos de riscos maiores para saber se está disposto a corrê-los.
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