Sílvio Crespo

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Reportagem

Quais os principais investimentos isentos de IR e veja quanto rendem hoje

Recentemente uma leitora desta coluna me enviou uma mensagem perguntando quais são os investimentos com menor incidência de Imposto de Renda.

Como essa deve ser uma dúvida de muita gente, resolvi fazer um comparativo da rentabilidade dos principais investimentos isentos de IR disponíveis para pessoas físicas, para curto, médio e longo prazo.

Curto prazo

Para curto prazo, o investimento sem Imposto de Renda mais conhecido de todos é a poupança. Hoje, a poupança está com uma rentabilidade de 7,1% ao ano. Assim, um investimento de R$ 1.000, se resgatado após 12 meses, terá gerado um ganho de R$ 71.

Outros dois investimentos seguros que são isentos de IR são a LCA e a LCI. Em algumas corretoras, é possível encontrar essas opções com rentabilidade de 100% do CDI e liquidez diária, ou seja, possibilidade de resgatar a qualquer momento.

Nesse caso, a rentabilidade fica em 10,4% ao ano. Para um investimento de R$ 1.000, trata-se de um ganho de R$ 104 após 12 meses.

Porém, o ideal ao calcular o retorno de um investimento é descontar a inflação. Se considerarmos uma inflação de 4% ao ano, o rendimento real da poupança ficaria em 3%, e o da LCA ou LCI, em 6,2% ao ano. Dessa forma, descontando a inflação, o ganho real de um investimento de R$ 1.000 ficaria em R$ 30, e o da LCA ou LCI, em R$ 62.

Médio prazo

Deixando os R$ 1.000 nesses mesmos investimentos por três anos, o rendimento nominal (sem descontar a inflação) ficaria em R$ 228 na poupança e R$ 346 na LCA ou LCI.

Já o retorno real (descontando a inflação) ficaria em R$ 92 na poupança e R$ 196 na LCA ou LCI. Para algumas pessoas, a diferença pode parecer irrisória. Afinal, R$ 196 em três anos daria menos de R$ 6 por mês.

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No entanto, quando pensamos em valores maiores, a vantagem da LCA e da LCI começa a se tornar significativa. Para um investimento de R$ 50 mil, por exemplo, o rendimento real da poupança ficaria em R$ 4.596, enquanto o da LCA ou LCI atingiria R$ 9.810, ou seja, mais de R$ 5.000 de diferença.

Longo prazo

Para prazos maiores, podemos incluir na comparação os fundos de investimento imobiliário (FIIs). Hoje, é possível obter um retorno de 9% ao ano em diversos FIIs. Em um período de dez anos, o retorno real de uma aplicação de R$ 1.000 ficaria em R$ 341 na poupança, R$ 817 na LCA ou LCI e R$ 1.367 em um FII com aquela taxa de retorno.

Veja que, quando falamos em longo prazo, a diferença entre as aplicações se torna enorme. Se for um investimento de R$ 50 mil, o rendimento real em dez anos ficaria em R$ 17 mil na poupança, R$ 41,8 mil na LCA ou LCI e R$ 68,3 mil em um FII. A diferença entre o primeiro e o último seria de mais de R$ 50 mil.

Imposto de Renda em fundos imobiliários

No caso dos fundos imobiliários, existem duas formas de ganhar dinheiro, e só uma é isenta de IR. Os FIIs costumam depositar um valor todos os meses na conta do investidor. Esse valor, chamado de "provento", "rendimento" ou "dividendo", é isento.

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Além disso, você pode ganhar dinheiro com FII vendendo uma cota por um preço mais alto do que a compra. Esse tipo de lucro é chamado de "ganho de capital" e tem um IR de 20%. Nas simulações acima, considerei apenas a rentabilidade dos FIIs em proventos, que são isentos.

Riscos

Tanto a poupança quanto a LCA e a LCI são investimentos protegidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Isso quer dizer que, se o banco emissor desses investimentos quebrar, o FGC reembolsa o valor aos investidores pessoas físicas, até o limite de R$ 250 mil por instituição financeira. Caso você tenha R$ 500 mil divididos igualmente em dois bancos diferentes, se ambos quebrarem, o FGC reembolsa tudo para você.

Mas existe também o limite total de R$ 1 milhão. Então, se você tiver R$ 1 milhão dividido em quatro bancos, cada um com R$ 250 mil, o FGC reembolsa todo o valor, mesmo se as quatro instituições quebrarem. Acima desse valor, no entanto, o prejuízo é seu.

Já os fundos imobiliários são investimentos de renda variável, que, além de não terem proteção do FGC, podem variar muito mais. Os ganhos da poupança, da LCA e da LCI não são 100% previsíveis. Podem variar em relação às projeções que fiz acima, de acordo com o que acontecer com a inflação e com a taxa de juros do país.

Mas, no caso dos FIIs, essa variação pode ser muito maior. Alguns fundos chegaram a registrar perdas de mais de 50% em menos de um ano.

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FIIs podem ser muito interessantes para quem conhece os riscos e sabe controlá-los. Eu mesmo deixo uma parte considerável dos meus investimentos em FIIs. Porém, antes de aplicar, sugiro que estude bem esse segmento e comece com pouco dinheiro.

Alguma dúvida?

Tendo alguma dúvida sobre investimentos, me siga no Instagram e envie uma mensagem por lá. Sua pergunta poderá ser respondida nesta coluna.

Reportagem

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Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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