Sílvio Crespo

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Reportagem

Não é previdência: os melhores investimentos para aposentar e quanto rendem

Quando você falar com o gerente do seu banco ou com o assessor da sua corretora que quer investir para aposentadoria, provavelmente a primeira opção que ele lhe mostrará será a previdência privada. Mas é bom você saber que grande parte dos fundos de previdência privada têm uma rentabilidade inferior à de outras aplicações de longo prazo, tanto as de baixo risco quanto as de risco médio e alto.

Na verdade, a previdência privada é um excelente negócio para o banco ou a corretora, mas raramente para o investidor. No lugar, existem outros investimentos que não geram tantos ganhos para a instituição financeira, mas atendem as necessidades dos investidores. Sobre esses investimentos vou falar abaixo.

Tesouro IPCA

O Tesouro Direto é o investimento mais seguro do país e possui dois tipos de título que são bastante adequados para quem quer se aposentar correndo o menor risco possível: o Tesouro IPCA e o Tesouro Renda.

Vamos começar pelo Tesouro IPCA. Esse papel corrige o seu investimento pela inflação e ainda paga uma taxa de juros para você.

Hoje, o Tesouro IPCA 2045 (o número que acompanha o nome do título é o ano de vencimento) está com um rendimento bruto de inflação mais 6,1% ao ano. Fazendo as contas, se você investir R$ 500 por mês ao longo de dez anos, irá acumular R$ 76 mil mais a correção inflacionária do período. Investindo durante 20 anos, o valor chegaria a R$ 195 mil mais a correção da inflação. Durante 30 anos, alcançaria R$ 382 mil.

Esses valores gerariam uma renda mensal vitalícia equivalente a R$ 286 após dez anos de investimento; R$ 734 após 20 anos e R$ 1.437 após 30 anos.

Tesouro Renda+

O outro tipo de título do Tesouro Direto bom para aposentadoria é o Tesouro Renda+. Com esse título, você investe durante um período e depois passa 20 anos recebendo pagamentos mensais, como se fosse um salário, até o dinheiro acabar.

Investindo R$ 500 por mês no Tesouro Renda+ 2035, você começará a receber, a partir de janeiro de 2035, o equivalente a R$ 540 por mês durante 20 anos, ou seja, até dezembro de 2044.

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Esse valor de R$ 540 por mês já desconta a inflação. Ou seja, você na verdade receberá uma renda maior, mas que, daqui a 11 anos, terá um poder de compra equivalente ao de R$ 540 hoje.

Aplicando R$ 500 por mês no Tesouro Renda+ 2045, ou seja, por cerca de 21 anos, a renda será equivalente a R$ 1.326 por mês durante 20 anos. Já no título que vence em 2055, daqui a 31 anos, a renda recebida seria equivalente a R$ 2.560 por mês.

A rentabilidade do Tesouro Renda+ é praticamente a mesma do Tesouro IPCA. A diferença é que o primeiro paga um valor mensal durante 20 anos, enquanto o segundo devolve todo o valor de uma vez, na data de vencimento.

O rendimento recebido pelo Renda+ é maior por ter um prazo para acabar. Na simulação do Tesouro IPCA, quando eu disse, por exemplo, que geraria uma renda de R$ 286 por mês após dez anos de investimento, me referia a uma renda vitalícia.

CDB

Um investimento que não é próprio para aposentadoria, mas que pode cumprir esse papel, é o CDB. Não é muito prático, pois cada aporte que você fizer será em um CDB diferente. Se você fizer 12 aportes em um ano, terá 12 CDBs diferentes para declarar no Imposto de Renda. Mesmo assim, pode ser um investimento interessante porque rende um pouco mais do que o Tesouro a longo prazo.

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Para comparar com o Tesouro IPCA e o Tesouro Renda, vou tomar como exemplo um CDB indexado ao IPCA. Atualmente, diversas corretoras oferecem CDBs com rendimento de inflação mais 7% ao ano. Acima, portanto, do Tesouro IPCA, que paga IPCA mais 6,1%.

Com essa rentabilidade, investindo R$ 500 em um CDB você teria, daqui a dez anos, o equivalente a R$ 79 mil, ou seja, R$ 4 mil a mais do que no Tesouro. Em 20 anos, o valor acumulado seria equivalente a R$ 212 mil; em 30, a R$ 437 mil.

Ainda mantendo essa rentabilidade, o investidor teria uma renda mensal vitalícia equivalente a R$ 345 após dez anos; R$ 928 após 20 anos e R$ 1.912 após 30 anos.

Fundos imobiliários

Hoje, é possível conseguir um retorno em dividendos acima de 8% ao ano em diversos fundos de investimento imobiliário (FIIs).

Nesse caso, com um investimento de R$ 500 por mês, você acumularia o equivalente a R$ 90 mil em dez anos, R$ 286 mil em 20 anos e R$ 708 mil em 30 anos. Veja que com FIIs é possível acumular valores bem maiores do que com o Tesouro e com CDBs.

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Esses valores gerariam uma renda equivalente a R$ 583 após dez anos, R$ 1.842 após 20 anos e R$ 4.560 após 30 anos.

No entanto, é preciso considerar que os FIIs possuem riscos. Para que você conheça esse tipo de ativo e possa tomar uma decisão segura, veja a série de cinco artigos que eu publiquei nesta coluna recentemente.

Estes são os artigos da série:

Alguma dúvida?

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