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ANÁLISE

Venda de ativos da Oi é a última cartada do plano de recuperação judicial

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Imagem: Divulgação

Felipe Bevilacqua

02/02/2022 09h18

Hoje comentaremos a aprovação da venda de ativos móveis da Oi pela Anatel e falaremos sobre a compra da dona dos jogos Destiny e Halo pela Sony.

Confira a seguir o comentário de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre essas movimentações. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

Anatel aprova venda dos ativos móveis da Oi

O conselho-diretor da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou a venda da operação de telefonia móvel da Oi para a aliança formada entre as suas principais concorrentes, a Telefônica (VIVT3), a Tim (TIMS3) e a Claro. Ficaram estabelecidos alguns "remédios" para a transação, como o atendimento ao PGMU (Plano Geral de Metas de Universalização), além da exigência de acabar com sobreposição de frequência no prazo de 18 meses.

O ativo foi vendido por R$ 16,5 bilhões, valor que representava o piso da faixa estimada pelo mercado, que chegava até os R$ 21 bilhões. Os próximos meses ainda serão movimentados para a Oi, visto que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pode analisar o processo até o dia 15 de fevereiro, além de a recuperação judicial ter seu prazo terminando em março, para a 7ª Vara Empresarial, e em maio, pelos credores.

A venda da Oi Móvel praticamente conclui um extenso programa de desinvestimento da companhia, faltando só a aprovação da venda da participação da V.Tal (ex-InfraCo). Desde 2019, a companhia já se desfez da participação na angolana Unitel, das suas torres móveis, dos data centers, da sua unidade de telefonia móvel e tem uma proposta para a venda de quase 60% na V.Tal.

Com todos esses leilões, a companhia irá arrecadar algo próximo de R$ 35 bilhões, e a expectativa é que a dívida, hoje na casa dos R$ 30 bilhões, seja praticamente zerada. A venda dos ativos móveis se apresenta para o mercado como a última cartada do plano de recuperação da companhia.

Sony compra a dona dos jogos Destiny e Halo

A Sony Entertainment (SONY) anunciou que vai comprar a Bungie, dona dos jogos Destiny e Halo, em uma transação que chegará a US$ 3,6 bilhões. O anúncio vem em um momento em que grandes desenvolvedoras de games buscam consolidação no mercado.

A temporada de aquisições no setor de games permanece aquecida com grandes empresas como Microsoft, Take-Two (dona da Rockstar e 2K) e Sony buscando ganhar mais espaço no segmento por meio do crescimento inorgânico. Isso porque, segundo dados da Newzoo, uma consultoria especializada em games, estima-se que o setor ultrapassará a marca dos US$ 200 bilhões de receita em 2023.

Enxergamos como positiva a compra da Bungie pela Sony, e esperamos um impacto levemente positivo no preço das ações no curto prazo. Julgamos que o valor da transação não apresenta riscos para a companhia, que gerou um pouco mais de US$ 12,2 bilhões de fluxo de caixa livre nos últimos 12 meses e cujo valor da transação representa cerca de 25% do seu valor de mercado.

A Bungie tem ogos bastante reconhecidos em seu portfólio, como o Destiny e Halo, ambos jogos de tiro com diversos jogadores podendo participar ao mesmo tempo. Por fim, a companhia, ao longo de sua existência, chegou a ser adquirida pela Microsoft em meados de 2000, mas se separou em 2007.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.