Projeções apontam recuo da inflação e alta do PIB no Brasil
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O Banco Central (BC) divulga semanalmente o Relatório de Mercado Focus, que traz um resumo das projeções do mercado para a economia brasileira. Nos últimos três anos, diante do aumento da imprevisibilidade trazida pela pandemia do coronavírus, o relatório tem mostrado com frequência projeções muito distantes da realidade, especialmente no que diz respeito à inflação. Após ter subestimado o risco de alta dos preços ao longo de 2020 e boa parte de 2021, o Focus agora parece ter sobrestimado a inflação, e vem reduzindo suas estimativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para este ano e o próximo.
No relatório divulgado no dia 3 de junho deste ano, o mercado projetava uma inflação de 8,89% em 2022. No relatório divulgado nesta segunda-feira (12), a projeção indica uma alta de 6,40% para o índice, contra 6,61% na semana anterior.
Além disso, as projeções para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) têm sido revisadas para cima, sinalizando que o país deve crescer mais do que o esperado neste ano.
O relatório divulgado em 3 de junho indicava que a economia brasileira cresceria 1,2% neste ano, enquanto os dados mais recentes apontam um crescimento de 2,39% - número que deve ser revisado ao longo das próximas semanas.
De forma geral, quanto mais distantes são as projeções, maior a chance de erro, especialmente se tratando de projeções econômicas. Há inúmeros fatores imprevisíveis -tanto internos quanto externos-, que exercem forte influência sobre os mercados.
Dessa forma, quanto mais próximas do final do ano, mais confiáveis são as projeções do Focus, uma vez que há menos fatores de imprevisibilidade no caminho.
Para 2022, podemos esperar uma inflação um pouco menos distante do teto da meta (atualmente em 5%), enquanto o PIB deve crescer na faixa de 2% a 2,5% no ano.
Longe de serem resultados impressionantes, esses indicadores ao menos trazem um pouco de alívio aos mercados, revelando que o Brasil conseguiu superar as perdas econômicas provocadas pela pandemia do coronavírus.
Para 2023, contudo, o cenário volta a ser de grande incerteza, principalmente devido à questão fiscal. Sem sinalizações claras da parte dos principais candidatos à Presidência de que não medirão esforços para garantir o cumprimento do teto de gastos e a perseguição ao superávit primário, fica mais difícil saber o que esperar para o futuro de nosso país.
Portanto, foco, por ora, nas projeções para este ano, e nas oportunidades que o mercado deve trazer ao longo dos próximos meses. Prefiro deixar as projeções sobre 2023 para depois do Carnaval -o Ano Novo não oficial do calendário político brasileiro.
Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes UOL, que possuem acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre o fim das negociações entre Petrobras e Prio para a venda do campo de Albacora.
Um abraço,
Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante
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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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