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ANÁLISE

Petróleo recua mesmo com corte de produção da Opep+

Reuters
Imagem: Reuters

Rafael Bevilacqua

06/09/2022 09h34

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Na segunda-feira (5), a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciou o primeiro corte na produção de petróleo em mais de um ano. A organização deve reduzir a produção em cerca de 100 mil barris de petróleo por dia, em resposta à recente queda do preço da commodity. A proposta do corte teria partido da Arábia Saudita, e enfrentou a oposição dos russos, favoráveis à manutenção do volume atual de produção.

Evidentemente, não se trata de uma demonstração de benevolência da parte dos russos, mas sim de uma questão geopolítica: a Rússia teme que o anúncio de um corte na produção revele que a oferta global de petróleo atualmente supera a demanda, justamente quando o Kremlin tenta sufocar a Europa com a suspensão do fornecimento de gás natural para o continente.

Contudo, é impossível negar que a demanda tem dado sinais de esfriamento. O petróleo opera em forte queda nos últimos meses, diante da perspectiva de que o arrefecimento da atividade econômica global deve reduzir a procura por petróleo no curto prazo.

Além disso, o Irã, importante produtor de petróleo, promete voltar ao radar dos compradores. Isso porque as negociações para o restabelecimento do acordo nuclear com o Irã têm avançado, reacendendo as esperanças de que o país volte a comercializar petróleo livremente com os principais mercados do planeta.

Dessa forma, o corte na produção visa manter o atual patamar de preços, o que favorece nações cuja economia depende quase integralmente do petróleo, como é o caso da Arábia Saudita.

Tendo em vista os fatores que têm pressionado a desvalorização da commodity, tudo indica que o corte na produção não deve provocar uma forte alta dos preços do petróleo, mas sim uma manutenção do valor do barril na faixa entre US$ 90 e US$ 100, ao menos no curto prazo.

Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes UOL, que possuem acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre o processo de reestruturação do controlador das redes Pão de Açúcar e Assaí.

Um abraço,

Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante

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