Petróleo recua mesmo com corte de produção da Opep+
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Na segunda-feira (5), a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciou o primeiro corte na produção de petróleo em mais de um ano. A organização deve reduzir a produção em cerca de 100 mil barris de petróleo por dia, em resposta à recente queda do preço da commodity. A proposta do corte teria partido da Arábia Saudita, e enfrentou a oposição dos russos, favoráveis à manutenção do volume atual de produção.
Evidentemente, não se trata de uma demonstração de benevolência da parte dos russos, mas sim de uma questão geopolítica: a Rússia teme que o anúncio de um corte na produção revele que a oferta global de petróleo atualmente supera a demanda, justamente quando o Kremlin tenta sufocar a Europa com a suspensão do fornecimento de gás natural para o continente.
Contudo, é impossível negar que a demanda tem dado sinais de esfriamento. O petróleo opera em forte queda nos últimos meses, diante da perspectiva de que o arrefecimento da atividade econômica global deve reduzir a procura por petróleo no curto prazo.
Além disso, o Irã, importante produtor de petróleo, promete voltar ao radar dos compradores. Isso porque as negociações para o restabelecimento do acordo nuclear com o Irã têm avançado, reacendendo as esperanças de que o país volte a comercializar petróleo livremente com os principais mercados do planeta.
Dessa forma, o corte na produção visa manter o atual patamar de preços, o que favorece nações cuja economia depende quase integralmente do petróleo, como é o caso da Arábia Saudita.
Tendo em vista os fatores que têm pressionado a desvalorização da commodity, tudo indica que o corte na produção não deve provocar uma forte alta dos preços do petróleo, mas sim uma manutenção do valor do barril na faixa entre US$ 90 e US$ 100, ao menos no curto prazo.
Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes UOL, que possuem acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre o processo de reestruturação do controlador das redes Pão de Açúcar e Assaí.
Um abraço,
Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante
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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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