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Javier Milei é eleito presidente da Argentina

O economista Javier Milei ((La Libertad Avanza) foi eleito presidente da Argentina neste domingo (19). O candidato da oposição derrotou o governista Sergio Massa (Unión por la Patria). Milei obteve, de acordo com a contagem oficial até as 21h, 55,77% dos votos, enquanto o adversário conseguiu 44,17%. Foram apuradas 93,39% das urnas e Massa não pode mais alcançar Milei. O resultado trouxe surpresas porque as pesquisas indicavam um cenário imprevisível e acirrado.

Sergio Massa, atual ministro da Fazenda do presidente Alberto Fernández, reconheceu a derrota em discurso feito às 20h20 em discurso a apoiadores. Disse que ligou para Milei para parabenizá-lo pela vitória.

"Obviamente os resultados não são os que esperávamos. Entrei em contato com Milei para parabenizá-lo e desejar-lhe boa sorte, porque ele é o presidente que a maioria dos argentinos elegeu para os próximos quatro anos", disse ele em seu bunkerm de acordo com informações do jornal Clarín.

Javier MIlei tomará posse como presidente da Argentina em 10 de dezembro e governará pelos próximos quatro anos.

Milei, 52 anos, vai ser o 52º presidente da Argentina. Enfrentará, além da mais aguda crise econômica em três décadas, uma inflação de três ditos (de quase 140% ao ano), dois quintos da população na pobreza e a maciça desvalorização cambial.

O jornal Clarín estampou em sua manchete a diferença de 12 pontos nesta eleição do segundo turno na Argentina do presidente eleito para o candidato Massa: "Milei será o presidente com diferença de 12 pontos para Massa"

O presidente Lula, que não manifestou oficialmente apoio a Milei, mas se alinha politicamente a Massa, candidato de centro-esquerda, postou no X, ex-Twitter, sem citar o nome do candidato eleito:

As mais de 16,8 mil urnas foram abertas às 8h e funcionaram até 18h. Os primeiros resultados oficiais começaram a sair às 21h. As pesquisas de opinião indicavam um cenário incerto, de empate técnico, com uma ligeira vantagem numérica para Milei.

segundo turno na Argentina colocou frente a frente dois candidatos à presidência com pontos de vista bastante opostos: Sérgio Massa, candidato de um duradouro movimento peronista, que governou a Argentina durante quase os últimos 20 anos e sobrevive, apesar dos cenário econômico com alta irrefreável de preços, e Javier Milei, radical que quer dolarizar a economia para acabar com a inflação acima dos 138% em 12 meses.

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A dúvida antes do segundo turno das eleições era onde iriam os votos de Patricia Bullrich do pleito para presidente da Argentina. Rival dos peronistas, sobretudo após a entrada da família Kirchner, a candidata que ficou em terceiro lugar nas eleições, também era mal vista pelo eleitores do Milei. Mas Patricia declarou voto em Milei.

Milei em segundo no primeiro turno das eleições

No primeiro turno das eleições na Argentina, ocorrido no último dia 22 de outubro, Sérgio Massa teve 36,78% dos votos (9,853 milhões) e Javier Milei, 29,99% (8,034 milhões).

Além dos dois finalistas, havia três candidatos na disputa pela presidência da ArgentinaPatricia Bullich (Juntos por el Cambio), candidata da direita tradicional, ficou com 23,81% da preferência do eleitor. O peronista do estado de Córdoba, Juan Schiaretti (Hacemos por Nuestro País), terminou a eleição na Argentina com 6,73% e Myram Bregman (Frente de Izquierda), candidata trotskista de esquerda, com 2,70%.

No primeiro turno, apenas 2% dos eleitores votaram em branco e menos de 1% anulou o voto para presidente da Argentina. Ao todo, cerca de 35,8 milhões de eleitores estão aptos para escolher o novo presidente da Argentina.

A taxa de comparecimento na votação do primeiro turno foi de 74%, de acordo com a Cámara Nacional Electoral, o menor patamar desde a redemocratização da Argentina, há 40 anos, segundo o jornal Clarín. O recorde negativo anterior havia sido de 76,2% na eleição de 2007, quando Cristina Kirchner venceu pela primeira vez as eleições.

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O resultado das eleições surpreendeu, já que a maioria das pesquisas eram lideradas por Javier Milei, que em agosto havia vencido a votação das primárias - votação em que as coligações políticas escolhem seus candidatos - e tinha chances de vencer já no primeiro turno.

Na província de Buenos Aires - decisiva em qualquer eleição por concentrar boa parte da população da Argentina, o candidato de extrema direita teve 42,8% dos votos 25,7% de Massa. Ele também teve vantagens importantes no interior, em províncias como Chaco, Santiago del Estero, Santa Cruz e Formosa.

Como o presidente é eleito na Argentina?

Pelas regras eleitorais da Argentina, só venceria em primeiro turno o candidato que obtivesse 45% dos votos válidos ou alcançasse um patamar de 40% com uma diferença mínima de 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado, o que não aconteceu. Na Argentina, o voto não é obrigatório. Todas as autoridades eleitas tomarão posse dos seus respectivos mandatos no dia 10 de dezembro.

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