Só para assinantesAssine UOL

Galípolo cederá à pressões políticas?

Nesta terça-feira (8) o atual diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, teve seu nome aprovado para a presidência da autoridade monetária em sabatina realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

A aprovação do nome de Galípolo para novo presidente do Banco Central se deu por unanimidade, com 26 votos favoráveis e nenhum contrário.

Agora, a indicação de Gabriel Galípolo precisa ser analisada também pelo plenário do Senado, o que é esperado para ocorrer ainda nesta terça-feira.

Com a aprovação, já amplamente esperada, o mercado ainda discute os rumos do Banco Central, dado que se trata do primeiro presidente da autoridade monetária no novo governo.

Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, aponta que o mercado seguirá atento sobre o laço que Galipolo possui com o governo federal e a sua posição em relação ao PEC da autonomia financeira.

“Isso, considerando um cenário que todos lembram que o economista também foi conselheiro da campanha eleitoral de Lula, em 2021, e fez parte da equipe de transição do governo”, destaca.

“Contudo, acredito que a aprovação não deve ter nenhuma surpresa, e também não assustará o mercado, já que ultimamente os votos de Galípolo estiveram alinhados ao restante dos integrantes do Copom para encerrar o ciclo de cortes e iniciar a alta dos juros, o que o tornou uma pessoa vista por uma condução mais técnica da política monetária do país, sem ceder a pressões políticas”, completa.

Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest, comenta que a indicação do nome em questão representa uma busca pelo equilíbrio entre a autonomia institucional e uma comunicação eficaz com o mercado.

“A expectativa é positiva, com o mercado acreditando que ele está preparado para manter a estabilidade econômica e promover inovações no sistema financeiro, ao mesmo tempo em que equilibra as demandas do governo”, analisa.

“No entanto, desafios como a continuidade da eficiência financeira e o relacionamento com o governo exigirão habilidade para garantir um crescimento sustentável e a credibilidade institucional do Banco Central durante seu mandato”, completa.

João Kepler, CEO da Equity Fund Group, destaca que a nomeação de Gabriel Galípolo traz expectativas quanto à sua capacidade de equilibrar as pressões políticas e manter a independência do Banco Central.

Continua após a publicidade

“O grande desafio será preservar a credibilidade da instituição, focando em uma gestão técnica e responsável, que priorize a estabilidade econômica do país acima de interesses governamentais. O mercado espera uma liderança que mostre compromisso com a autonomia do Bacen e com o equilíbrio necessário para enfrentar os desafios econômicos”, afirma.

Currículo de Galípolo agrada mercado

Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, destaca, sobre a sabatina, que o economista “traz uma sólida experiência”, tendo atuado como diretor do Banco Central e CEO do Banco Fator.

“Reconhecido no mercado que demonstra forte confiança em seu trabalho, Galípolo conquistou a confiança dos investidores”, aponta.

O especialista diz que “as expectativas do mercado são extremamente favoráveis”, e nos últimos meses, ele tem se apresentado frequentemente à imprensa, o que ajudou a consolidar a confiança.

Este material foi elaborado exclusivamente pelo Suno Notícias (sem nenhuma participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo nenhum tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco. Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.