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Banco Inter vai para Bolsa dos EUA, e ações sobem 25%; vale investir agora?

Vinícius Pereira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/05/2021 16h18

Duas notícias movimentaram as ações do Banco Inter (BIDI11), que fecharam em alta de 24,83% nesta segunda-feira (24). A companhia anunciou a venda de uma participação da empresa para a Stone, brasileira do setor de maquininhas, por cerca de R$ 2,5 bilhões; e também comunicou que está se preparando para listar seus papéis na Nasdaq, bolsa eletrônica dos Estados Unidos.

As notícias estão sendo bem recebidas pelo mercado, mas geraram algumas dúvidas para os investidores. O Banco Inter vai sair da Bolsa brasileira (B3)? Será que é hora de investir na empresa? Veja o que disseram os especialistas ouvidos pelo UOL.

Participação da Stone pode melhorar avaliação de investidores estrangeiros

De acordo com os especialistas, a Stone e o Banco Inter possuem sinergias de negócios que beneficiam o banco. Com a Stone, o Inter amplia a base de clientes, pode oferecer novos produtos aos clientes que já têm, além de conseguir uma melhor avaliação pelos investidores estrangeiros.

É uma parceria bastante inteligente. Ela abre caminhos para além das questões operacionais de hoje, onde já pode haver uma integração de uma base de clientes em comum de ambos os negócios, mas também abre espaço para chegar lá fora e ser avaliada de maneira diferente,
como uma empresa de tecnologia, que é o intuito.
Henrique Esteter, analista da Guide

Para Victor Luiz Martins, analista da Planner, o novo negócio de R$ 2,5 bilhões também dá ao Inter fôlego financeiro para continuar competindo não só com os bancos tradicionais, mas com outras fintechs, como o Nubank, por exemplo.

Pela reação do mercado, o negócio é bom. Essa parceria traz dinheiro, abrindo espaço para a continuidade das linhas de negócio do Inter, dando um fôlego financeiro do Inter no momento.
Victor Luiz Martins

para João Arthur Almeida, sócio da Slice Investimentos, as duas empresas têm a ganhar com a nova combinação de negócios.

São duas empresas liderando os serviços financeiros. A Stone tem muita capilaridade com lojistas, então me parece ser um ótimo negócio para ambos do pontos de vista empresarial. A Stone vai ter mais serviços a oferecer, e o Inter mais capilaridade.
João Arthur Almeida

Ida para a Nasdaq não prejudica quem tem ações do Inter

O Inter pretende migrar sua base acionária para a Inter Platform, uma empresa sediada em Cayman a ser registrada na Securities and Exchange Commission (SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos EUA). As ações dessa nova empresa serão listadas na Nasdaq, com lastro em BDRs listados na B3.

Os prazos, porém, ainda não foram definidos. "Os prazos e a viabilidade da proposta de reorganização societária em estudo estão em processo de definição, sendo certo que os princípios que norteiam a reorganização societária incluirão as melhores práticas de governança corporativa", afirmou o Inter, em nota.

Para os investidores que já possuem ações do Inter na B3, a companhia ofertou uma troca simples, na forma de um para um, em BDRs (Brazilian Depositary Receipts) ou ainda a mesma quantia em dinheiro.

O Inter revelou acordo com a StoneCo, por meio do qual a processadora de cartões se comprometeu a subscrever ações ordinárias e/ou units correspondentes a até 4,99% do capital social do banco digital, com investimento limitado a R$ 2,5 bilhões. Ou seja, os acionistas do Inter terão preferência na compra de novas ações da empresa.

Inter está caro na Bolsa? Vale investir?

Apesar de o Banco Inter ser reconhecidamente uma boa companhia pelos analistas ouvidos pelo UOL, eles demonstram um receio com o atual patamar de preço com que as ações do banco são negociadas. Na sessão desta segunda (24) na Bolsa, as ações do banco fecharam a R$ 223,29.

O Inter é uma empresa fenomenal, com um bom gerenciamento e com capacidade de execução comprovada. Mas, apesar de ter todo este crescimento em potencial, e da empresa ser de alta qualidade, na minha visão o preço atual embute premissas otimistas de crescimento e monetização.
João Arthur Almeida, sócio da Slice Investimentos

Para Victor Luiz Martins, da Planner, apesar de o momento ser positivo para a companhia, quem deseja investir agora no Banco Inter precisa pensar se os papéis já não subiram demais e não possuem mais um potencial de valorização extra.

Até sexta-feira (21), o banco subia 560% nos últimos 12 meses. Penso que o momento é positivo, mas ainda é necessário fazer conta pois o mercado, com mais essa operação, ainda busca ver se ainda tem alguma possibilidade de valorização.
Victor Luiz Martins

quem possui o papel, pode pensar em colocar parte do lucro no bolso.

A empresa é interessante, mas nesse patamar eu não recomendo a compra. Quem já possui as ações, de repente, dá até para colocar um pouco de lucro no bolso, mas neste momento eu não entraria não.
Henrique Esteter, da Guide

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