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10 melhores e piores previdências privadas para garantir sua aposentadoria

Mitchel Diniz

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/07/2021 04h00

Os fundos de investimento previdenciários, mais conhecidos como fundos de previdência privada, são uma opção para quem quer complementar a renda da aposentadoria, conseguir um desconto no Imposto de Renda e deixar dinheiro para filhos ou parentes de forma mais simples. A rentabilidade do investimento, porém, vai depender do tipo de aplicação que o fundo faz e do quanto o gestor cobra para administrá-lo. Como saber em qual investir?

À pedido do UOL, a fintech Onze fez um levantamento que mostra os fundos previdenciários mais rentáveis dos últimos cinco anos disponíveis no mercado e quais trouxeram menores retornos aos cotistas nesse mesmo período. Aqui vai um "spoiler": o pior da lista rendeu oito vezes menos que o melhor colocado e os dois cobram a mesma taxa de administração. Veja abaixo a lista completa e saiba o que levar em conta na hora de escolher um fundo de previdência privada.

Melhores colocados são fundos multimercados

O levantamento da Onze considerou somente fundos com patrimônio acima de R$ 50 milhões e que cobram taxas de administração. Os dez melhores colocados concentram, juntos, R$ 12,5 bilhões em recursos e oito deles são do tipo multimercado, ou seja, investem simultaneamente em ações e renda fixa.

Em cinco anos, esses fundos renderam de 246% a 348% do CDI, que é a taxa de referência para aplicações em renda fixa e acompanha os juros da economia. A poupança, hoje, por exemplo, paga 70% do CDI ao ano e a maioria dos CDBs oferece em torno de 100% do CDI.

Os 10 melhores fundos considerando o retorno nos últimos cinco anos, em porcentagem do CDI.

1. Leblon Icatu Previdência FI Multimercado: 348,27%
2. Icatu Seg Income FI Ações Previdenciário: 347,76%
3. Mapfre Corporate Governance Composto Fic Multimercado: 328,15%
4. Arx Income Icatu Previdência FI Multimercado: 281,81%
5. Brasilprev Renda Total Ciclo de Vida 2040 e Fic Multimercado: 265,86%
6. BB Prev Público IGP-M I FI Renda Fixa: 264,14%
7. Icatu Seg Empresarial Composto 49 Fic Multimercado: 258,67%
8. Icatu Seg Privilege Composto 49 Fic Multimercado: 248,11%
9. Brasilprev Renda Total Ciclo de Vida 2040 Fic Multimercado: 246,86%
10. Icatu Vanguarda Minha Aposentadoria 2040 FI Multimercado: 246,16%

Fonte: Onze/ Quantum

Além de oito fundos multimercado, a lista dos melhores inclui um fundo que investe exclusivamente em ações (da Icatu Seguros), o segundo colocado, e somente um fundo de renda fixa (da Brasilprev), que ficou na sexta posição.

"Esse fundo investe em títulos atrelados ao IGP-M (índice de inflação) e, por isso, ganhou com a forte alta do indicador. Como não existem novas emissões de títulos públicos atrelados ao IGP-M, esse fundo é único", afirma Samuel Torres, analista de investimentos da Onze.

O risco do fundo importa?

Torres lembra que fundos de ações e multimercado investem em ativos de maior risco. O levantamento da Onze mostra que, nos últimos dois anos, a oscilação do valor das cotas desses fundos de maior rentabilidade foi quase trinta vezes maior que a dos fundos que renderam menos.

Para o educador financeiro Leandro Benincá, porém, o risco não deve ser um impeditivo para investir. Os fundos previdenciários são de longo prazo e eventuais quedas podem ser recuperadas com o tempo.

Ainda segundo Benincá, o rendimento não é o mais importante. A previdência privada do tipo PGBL, por exemplo, permite que o investidor pague menos Imposto de Renda. Para quem faz declaração completa de IR, é possível deduzir os valores colocados no fundo, equivalentes a até 12% da renda que vai ser tributada.

"Mais importante que o rendimento é o dinheiro que você deixa de pagar com impostos. Então o ideal é investir em um fundo com um pouco mais de risco, como o multimercado, e taxas de administração menores", afirma o educador financeiro.

A planejadora financeira Angela Nunes lembra, porém, que o imposto do PGBL é pago no resgate do investimento de acordo com a tributação escolhida pelo beneficiário. E afirma que é importante conhecer os riscos de aplicar dinheiro em um fundo previdenciário.

"Se você começa a alocar recursos cedo para colher o benefício quando se aposentar, aí tem espaço para estar em ativos de maior risco. Porém, conforme vai chegando a idade de utilização da renda, precisa buscar um certo conservadorismo", diz Angela.

Na lista dos piores, renda fixa reina

Na lista de fundos previdenciários que tiveram menor rentabilidade nos últimos cinco anos, todos são de renda fixa. O patrimônio deles, somado, totaliza pouco mais de R$ 16 bilhões. São quase R$ 4 bilhões a mais que os recursos dos fundos mais rentáveis.

"Normalmente, os bancos 'empurram' esses fundos aos clientes, que sequer sabem onde estão colocando dinheiro", afirma Leandro Benincá.

Confira a lista dos piores fundos dos últimos cinco anos, em porcentagem do CDI:

1. Itaú Renda Fixa Fapi: 42,49%
2. Icatu Seg Moderado B Fic Renda Fixa: 50,49%
3. Sicredi Especialmente Constituídos IS Previdência III Fic Renda Fixa: 53,89%
4. Sulamérica Fix 100 FI Renda Fixa: 56,90%
5. Sulamérica Fix 100 II FI Renda Fixa: 57,33%
6. Bradesco Fix Fapi: 57,91%
7. Unibanco Prever I Fix 100 Especialmente Constituídos Fic Renda Fixa: 58,07%
8. Caixa 300 Fic Renda Fixa Previdenciário: 59,43%
9. Bradesco Prev Fácil PGBL Fix Fic Renda Fixa: 59,59%
10. Bradesco VGBL Fix Fic Renda Fixa: 59,63%

Fonte: Onze/ Quantum

Taxas abusivas?

Todos os fundos da lista dos piores rendem menos de 60% do CDI, ou seja, têm rentabilidade menor do que a poupança. Com os juros a 4,25% ao ano, taxas de administração acima de 1% são consideradas altas e apagam uma boa parte dos ganhos.

Essa taxa cobre o serviço dos gestores que administram o fundo e deve ser observada por quem vai aplicar dinheiro na previdência privada.

"Se para esses fundos de renda fixa a expectativa de retorno já é menor, com a taxa de administração diminui mais ainda", afirma Samuel Torres, analista da Onze.

Os fundos de renda fixa da Icatu (segundo lugar da lista) e da Caixa (oitava posição) chegam a cobrar 3% de taxa de administração.

Nos fundos de melhor desempenho, segundo o levantamento, a maior taxa de administração é de 2,4%, justamente a do único fundo de renda fixa da lista, o da Brasilprev.

"A taxa de administração pode ser muito punitiva e mesmo os fundos mais rentáveis estão praticando taxas altas", diz Angela.

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