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Setor de turismo sofre e ações perdem bilhões; é hora de comprar?

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/07/2022 13h44

A pandemia castigou muito todas as empresas de turismo. Mas desde o ano passado, com a vacinação, elas vinham se recuperando. A alta durou pouco: com o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, essas ações voltaram a cair. As companhias de turismo no Brasil já perderam R$ 7,8 bilhões em valor de mercado.

As perdas de CVC (CVCB3), Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) nesses quatro meses de conflito são, em média, três vezes maior que a retração do Ibovespa.

Enquanto, de 24 de fevereiro a 30 de junho, o Ibovespa caiu 13%, a queda de valor de mercado da CVC chegou a 43%, da Gol a 43% e da Azul a 50%. Ou seja, a média das três (31%) é o triplo do percentual de retração do Ibovespa B3.

Antes da guerra, a CVC valia R$ 2,8 bilhões. Agora, está em R$ 1,6 bilhão. A Gol Linhas Inteligentes caiu de R$ 5,4 bilhões para R$ 3,1 bilhões. E por fim, a Azul, que era estimada em R$ 8,6 bilhões, agora vale R$ 4,28 bilhões. Juntando todas essas perdas, são R$ 7,82 bilhões em desvalorização das companhias.

"A guerra desequilibrou a cadeia de fornecimento de petróleo, e os combustíveis correspondem a mais de 30% dos custos das aéreas", diz Marcelo Linhares, presidente da Onfly plataforma de gestão de viagens corporativas.

Somente neste ano, o combustível de aviação acumula alta de 64,3%, segundo o dado mais recente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).

Antes da guerra, a ação da Gol, por exemplo, valia R$ 21,39 em fevereiro. Hoje está em R$ 9,20. A CVC caiu de R$ 12,90 para R$ 7 e a da Azul de R$ 27,68 para R$ 12,69. Azul e GOL já apresentavam volume de vendas no primeiro trimestre superior aos níveis anteriores à pandemia e a CVC estava com aproximadamente 70% da demanda.

"Na minha visão, o setor só vai se recuperar com o fim do conflito coma Ucrânia", diz Linhares.

E o que fazer com as ações?

A recomendação do BTG é de compra para a ação da GOL, com a expectativa de que em 12 meses a ação chegue a custar R$ 31, alta de 243%. É a mesma recomendação para Azul, com preço alvo de R$ 47, valorização de 280,6%. Para a CVC, a aposta também é em compra, com preço alvo de R$ 33 - essa é a maior valorização, de 376,2%.

A Elevem também recomenda compra para as duas. "Em meio aos aumentos significativos do querosene de aviação, as empresas aéreas enfrentam desafios para conseguir manter seu nível de rentabilidade. Mas a redistribuição dos slots da falida Avianca em Congonhas traz potencial de crescimento para elas, principalmente a Azul", avaliou a Eleven.

A XP tem o pé atrás e classificou GOLL4 e AZUL4, ambas como neutras: melhor não comprar, nem vender. Sobre a CVC, a Eleven calcula que a ação pode chegar a custar R$ 18 e por isso é uma boa compra.

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