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Carrefour vende fruta amassada, lucra mais e ação dispara

Preços com desconto fazem vendas de frutas, legumes e verduras com amassadinhos subirem 82% -
Preços com desconto fazem vendas de frutas, legumes e verduras com amassadinhos subirem 82%

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/07/2022 12h17

Consumidores buscando produtos mais acessíveis - como frutas amassadas, marcas próprias e carne suína versus a bovina - ajudaram o lucro líquido do Grupo Carrefour Brasil (CRFB3), que também é dono do Atacadão, a alcançar R$ 600 milhões no segundo trimestre de 2022, uma alta de 1,2% ante o mesmo período de 2021.

Sem o Grupo Big - ex-Walmart, que terminou de ser comprado pelo Carrefour em junho - o lucro teria sido de R$ 631 milhões, 6,5% a mais que o apresentado um ano antes. Isso tudo num ambiente de inflação e consumo apertado. Por isso, as ações da empresa estão em alta de mais de 5% hoje.

Carrinho de compras está mais caro e mais vazio Com o bolso mais apertado, os consumidores mudaram seu jeito de fazer compras, e o Carrefour estava atento a isso. Eles aumentaram a frequência de visitas aos supermercados, diminuíram o valor médio das compras (tíquete médio) e passaram a colocar menos itens no carrinho, segundo o relatório de resultados divulgado ontem (26) à noite pela empresa.

O que o Carrefour fez para conquistar clientes? Mesmo assim, o lucro do grupo aumentou pois a empresa ofereceu opções para quem precisava gastar menos.

Houve, por exemplo, um crescimento de 82% na comparação entre os segundos trimestres de 2022 e 2022 no que a empresa chama de "produtos únicos": aqueles que não atendem aos padrões usuais em termos visuais, mas são adequados para consumo e vendidos a preços com desconto.

Trocando em miúdos, são frutas, verduras e legumes com algum amassadinho, alguma pequena avaria, mas que ainda são bons para o consumo e que o Carrefour vende com desconto. O grupo de supermercados não informou qual é a participação desses itens chamados "únicos" na venda total.

Houve também aumento das vendas de carne suína, que é mais barata que a bovina. Os produtos de marca própria, também com valor mais em conta que as marcas tradicionais da indústria, também foram mais vendidos: eles representaram 20% das vendas líquidas totais de alimentos no segundo trimestre, alta de 4,7 ponto percentual em relação ao ano passado.

Consumidores voltaram a fazer a compra do mês? Dentre todos os formatos de loja do grupo, o que apresentou melhor resultado foi o Atacadão: crescimento de vendas de 22,4% entre abril, maio e junho, na comparação com os mesmos meses de 2021 e sem contar a abertura de novas lojas. Ele faz parte do modelo de "atacarejo", que mistura atacado e varejo.

As vendas brutas do Atacadão atingiram R$ 18,3 bilhões no segundo trimestre, 22,4% mais que há 12 meses, sem considerar a abertura de novas lojas.

"O excelente crescimento de vendas do Atacadão e Carrefour Varejo foi impulsionado por um sólido desempenho na categoria de alimentos, com volumes crescendo mesmo em um ambiente altamente inflacionário, demonstrando a competitividade da nossa oferta em vários formatos", disse Stéphane Maquaire, presidente do Carrefour Brasil, em relatório.

O que saiu do carrinho de compras? Nesse ambiente de preços em alta e renda estável, os consumidores concentraram seus gastos em comida. Prova disso que as vendas de Eletroeletrônicos no trimestre caíram 7,4% em relação aos mesmos três meses de 2021.

E o que tudo isso significa para o investidor? Para quem investe em ações, é uma boa oportunidade de compra, segundo a casa de análises Eleven, que estima que as ações podem passar de R$ 17,73 para R$ 24 em 12 meses, o que representa uma alta de 35%.

Nesta quarta-feira (27), os papéis do grupo estavam em alta de 5,79% por volta das 11h.

"Mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador, com um quadro inflacionário que comprime o poder de compra da população, o Carrefour reportou um resultado positivo e acima de nossas expectativas", publicou a Eleven.

O BTG também recomenda compra, com estimativa de preço a R$ 26.

O Itaú BBA também recomenda a ação, com preço alvo de R$ 24. Segundo o banco, o Carrefour surpreendeu com a rentabilidade e um lucro acima das expectativas.

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