"Quero ser milionário": Ralph Lauren foi de infância simples a US$ 6,4 bi
Nascido no Bronx (Nova Iorque, Estados Unidos) em 14 de outubro de 1939, Ralph Rueben Lifschitz teve uma infância marcada pelo bullying na escola. Mas, ao se formar no ensino médio, afirmou que queria ser um milionário. E, com espírito empreendedor, conseguiu acumular uma fortuna que passa dos R$ 33,4 bilhões (US$ 6,4 bilhões, segundo a Forbes).
O sobrenome foi motivo de bullying na escola, porque a pronúncia lembrava palavras ofensivas na língua inglesa. Esse trauma mudou a vida dele. Por isso, resolveu trocar o sobrenome para "Lauren", porque era mais fácil de pronunciar.
No ensino médio, trabalhou em uma loja de departamentos no Bronx, atuando como repositor de mercadorias devolvidas. Nos intervalos das aulas, ele vendia gravatas para colegas e funcionários, além de bater ponto na frente do Empire State Building, vendendo para os empresários que circulavam por lá.
O diferencial é que o comprimento da vestimenta era 10 cm maior que o usado até então — e isso o destacou. Quando terminou os estudos na escola, em 1957, perguntado sobre o que queria ser, Lauren foi taxativo: "quero ser milionário", lembrou em entrevista à revista Forbes.
Início da carreira em moda
Na década de 1960, serviu ao Exército dos Estados Unidos. Ao voltar, trabalhou como balconista e novamente como vendedor de gravatas. Foi assim que viu uma grande oportunidade de negócio. De família de imigrantes judeus da classe trabalhadora, abandonou a faculdade e decidiu que iria fazer roupas.
Ralph Lauren não fez faculdade de moda, nem qualquer curso na área. Tanto que ele nem se considera estilista. Diz apenas que é alguém "que cria roupas bem-feitas".
Uma proposta da cadeia de lojas de departamento norte-americana Bloomingdale's foi o pontapé para a marca própria. A empresa queria vender as gravatas criadas por ele, mas colocando a própria etiqueta no produto e sugerindo algumas alterações no tamanho, fazendo o nome de Ralph Lauren desaparecer. Na reunião, ele fechou a mala, saiu da sala e recusou a oferta.
Isso impulsionou a vontade de criar a marca própria em 1967, com um empréstimo de US$ 50 mil e uma linha de gravatas.
Na década de 1970, Ralph Lauren cresceu de uma maneira estrondosa. Lançou roupas femininas — algo raro para a época —, infantis, perfumes e acessórios. Também desenvolveu uma linha de artigos para casa, de móveis antigos a lençóis, de objetos de porcelana a tapetes orientais.
A marca registrada veio em 1972: o emblema do jogador de polo.
Com uma visão de negócios à frente do tempo, montou as lojas como se os clientes estivessem na casa de amigos. E isso fez com que as vendas explodissem.
Sucesso internacional
Tudo isso em apenas quatro anos. Mas foi exatamente em 1974 que a fama mundial de Ralph Lauren surgiu. O ator Robert Redford usou peças da coleção do estilista no filme "O Grande Gatsby". Em 1977, Diane Keaton usou um figurino desenhado especialmente para ela no filme "Annie Hall".
Em 1987, Ralph Lauren enfrentou um tumor no cérebro — retirado sem sequelas.
Fã de beisebol, Lauren realizou em 2018 o sonho de dar o lance inicial em um jogo do time do coração, o Yankees, em uma partida contra o Red Sox. Ele disse que foi "a coisa mais legal que fez na vida".
Tamanho do império
Atualmente, a marca Ralph Lauren vende coleções de roupas para homens, mulheres e crianças. Ele é dos maiores estilistas do mundo e tem fortuna avaliada em US$ 6,4 bilhões (R$ 33,39 bilhões, na conversão atual), segundo a revista Forbes.
Ralph Lauren está na lista da revista Forbes como o 138º homem mais rico este ano nos Estados Unidos. A família tem ao menos seis mansões e ranchos espalhados pelo mundo, a maioria nos Estados Unidos, nos estados de Colorado e Nova Iorque. Tem também uma mansão de férias na Jamaica.
Casado com a psicoterapeuta Ricky Lauren desde 1964, tem três filhos: Andrew Lauren, que é diretor de cinema; David Lauren, que é chefe de marketing e atuação global da marca; e Dylan Lauren, que é empresária do ramo de doces.
Só nos Estados Unidos, a marca tem 500 estabelecimentos, com plano de expandir para outras 250 unidades ainda em 2022. A empresa tem mais de 18 mil funcionários. Lauren não é mais o CEO da marca, mas tem 85% dos direitos de votação.
Lauren diz que não se lembra de quando conseguiu o primeiro milhão de dólares. Ele sempre defendeu que "queria encontrar uma maneira de se expressar", e que o foco é o trabalho.
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