Ações das Americanas viram pó; o que eu devo fazer?
As ações AMER3 estão vivendo um dia de confusão B3, a Bolsa de Valores brasileira, depois que as Americanas divulgaram um rombo de R$ 20 bilhões num fato relevante na noite de quarta-feira (11).
O que está acontecendo com as ações AMER3 na Bolsa?
As ações estavam em leilão durante a manhã e as negociações chegaram a ser suspensas. A primeira cotação do dia só foi divulgada às 14h20, com queda de quase 80%.
O investidor que quiser vender ou comprar ações pode fazer ofertas de compra e venda no aplicativo home broker, mas precisa esperar o leilão terminar. Até lá, o preço das ações não pode ser definido, e a negociação não é concretizada. Por volta das 15h10, o tombo era de 78,32%, com a ação sendo cotada a R$ 2,60.
O que vai acontecer com a empresa agora?
O fato relevante divulgado na noite de quarta foi muito vago e assustou todos os investidores. Os impactos serão maiores para as ações do que para a operação do dia a dia da empresa, acreditam especialistas.
Não acredito que ela vá falir por conta dos R$ 20 bilhões, mas a queda das ações vai ser sem precedentes
Heitor Martins, analista da Nexgen Capital
Para a equipe de Análise da Terra Investimentos, composta por Régis Chinchila e Luis Novaes o acontecido com a varejista é "surpreendente" e pegou todos de surpresa.
Neste momento, estamos aguardando a avaliação de auditorias independentes e maiores informações sobre a possibilidade de um aumento de capital para suportar tais dívidas com fornecedores.
Régis Chinchila, da Terra Investimentos
Os investidores vão vender as ações pelo menos até que tenham mais clareza sobre as análises dos balanços e dívidas.
Luis Novaes, da Terra Investimentos
O movimento das Americanas S.A. na Bolsa arrastava outras companhias para baixo. As ações da Via, dona das Casas Bahia, estão em queda de 10,38% às 12h30., e Magazine Luiza caía 6,6% no mesmo horário. Já às 15h30, MGLU3 subia 3,63% e a Via caía 3,46%.
O que fazer com as ações?
- O Itaú BBA diz para vender o quanto antes. Em relatório para investidores, o Itaú BBA destacou que o desempenho recente das ações foi impulsionado principalmente pelas expectativas do mercado em relação às entregas de Sergio Rial no médio e longo prazo.
- "Diante das notícias desfavoráveis, decidimos reavaliar nossa cobertura até que possamos entender melhor a situação", diz o BBA.
- A Genial Investimentos recomenda vender. A recomendação foi trocada de compra para venda hoje, 12.
- "A primeira impressão é a pior possível, tanto na questão de governança corporativa quanto na contábil", diz a Genial em documento.
- Já Bruce Barbosa, sócio fundador da Nord Research, diz que é melhor esperar - não comprar e nem vender.
O que aconteceu?
- A empresa fez uma conferência com analistas e com a imprensa na manhã de hoje para tentar explicar a situação.
- A conferência, apresentada pelo ex-presidente Serio Rial, foi organizada pelo BTG Pactual, que no início da semana havia recomendado a compra da ação.
- A explicação é que a empresa deixou de lançar R$ 20 bilhões no balanço como dívidas. Esse valor foi definido como contas de fornecedor, segundo Heitor Martins, analista da Nexgen Capital, de Goiânia, que participou da conferência de forma virtual.
- Para Rial, isso foi um erro grosseiro e suficiente para que ele pedisse demissão, diz Martins.
- Quando a varejista compra algo de um fornecedor, ela dá a ele duas opções de pagamento: depois de um certo período, geralmente um ano, mas com acréscimo, ou à vista, pelo valor normal. Só que nesse caso, quem paga não é a Americanas, mas sim um banco.
- Os R$ 20 bilhões, segundo explicou Rial aos analistas, são a soma dessa dívida com bancos durante sete anos.
Qual o tamanho do buraco
O valor é maior que o valor de mercado da empresa, que ontem, antes de divulgação do rombo, estava avaliada em R$ 11 bilhões.
Também supera a dívida líquida de R$ 5,3 bilhões, que havia sido lançada no último balanco de setembro, já descontando o valor que a empresa tem em caixa.
Segundo a TradeMap, o rombo de R$ 20 bilhões é equivalente ao valor de mercado da Magazine Luiza (MGLU3) que ontem (11) valia R$ 20,20 bilhões ou da Lojas Renner (LREN3) que valia R$ 20,22 bilhões.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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