Marisa fecha 88 lojas para economizar, e ação sobe na Bolsa
Devendo cerca de R$ 740 milhões para bancos e outros credores, a varejista de moda Marisa (AMAR3) fechou 88 lojas. A companhia publicou hoje um fato relevante no qual fez um balanço do plano de reestruturação lançado em fevereiro. Inicialmente, o plano era fechar 92 lojas, mas ela acredita que algumas unidades têm potencial de dar a volta por cima.
Como consequência, as ações da varejista fecharam em alta hoje. Durante o dia, os papéis subiam 8,86%, para R$ 0,86.
O que está acontecendo com a Marisa
O encerramento dessas lojas gerará uma economia de aproximadamente R$ 40 milhões em 2023. Já a partir do ano que vem, a economia será de cerca de R$ 60 milhões ao ano, conforme a companhia. Agora com 246 lojas, a rede divulgou que o foco está em "maximizar a produtividade e resultado operacional".
Já tem mais dinheiro entrando no caixa da empresa. A Marisa informou que terá uma geração extra de caixa da ordem de R$ 35 milhões ao ano. "Ao longo do segundo semestre serão otimizados os serviços de terceiros e outras despesas, o que deverá gerar uma economia adicional de pelo menos R$ 10 milhões por ano", publicou a empresa.
Marisa já renegociou quase todas as dívidas. O processo de renegociação de dívidas com os fornecedores, segundo a Marisa, já atingiu "a expressiva marca de aproximadamente 97% do total da dívida com nossos parceiros de revenda". Além disso, renegociou 80% dos contratos de aluguel. A companhia reportou que fechou o mês de março com R$ 737,2 milhões em dívida bruta e R$ 461,6 milhões de dívida líquida, já descontando as reservas.
E agora, a ação vai decolar? Vale investir?
O Banco BTG ainda não acha que é o momento. A recomendação é neutra: não comprar, nem vender. O preço alvo para a ação em 12 meses é de R$ 0,85. O BTG acha que os números de Marisa, assim cono de todo o varejo, não vai ser bons nos balanços do segundo trimestre. O Safra também classifica a ação como neutra.
Para a Órama, também não é um bom investimento, por conta dos riscos. "O papel está com um preço muito baixo. Claro que tem potencial de crescimento pois esse valor não é condizente com o tamanho da empresa", diz Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama. Mas os risco, segundo ele, ainda são grandes e não vale a pena.
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