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ANÁLISE

Seus investimentos estão rendendo bem? Saiba o que fazer se perder dinheiro

Olivier Le Moal/iStock
Imagem: Olivier Le Moal/iStock

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/07/2023 04h00

Você sabe como monitorar e, se for o caso, ajustar a sua carteira de investimentos?

Veja como e quando fazer o rebalanceamento da sua carteira. "A gente não faz movimentação de carteira de acordo com a sua rentabilidade, mas, sim, olhando para a estratégia e para os motivos que aquela estratégia foi definida", afirma a planejadora financeira Vívian Rodrigues, no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL.

Esse é o quarto aulão da série "Como sair da poupança com segurança para ganhar mais dinheiro".

Veja o primeiro aulão aqui.

Veja o segundo aulão aqui.

Veja o terceiro aulão aqui.

Leia abaixo a análise da planejadora financeira e assista ao programa completo. O Papo com Especialista é um tira-dúvidas sobre investimentos exclusivo para assinantes e é transmitido semanalmente, às quintas-feiras, das 16h às 16h40.

Para também ter sua dúvida respondida no programa, envie sua questão para o Papo pelo email uoleconomiafinancas@uol.com.br.

Preciso olhar meus investimentos todo dia? Melhor não

1) Veja os relatórios que o seu banco ou corretora oferece. Leia com atenção, tentando entender mesmo o que eles querem dizer.

"A maior parte das instituições oferece hoje relatórios super completos. Claro que isso vai exigir um pouco do seu exercício de conseguir analisar e levantar as informações dos relatórios", diz ela.

2) Acompanhamento não precisa ser diário

Olhar seus investimentos não deve ocupar uma parte significativa do seu dia. A estratégia tem que ser mais perene, pensada para curto, médio e longo prazo, segundo a planejadora financeira.

Vívian diz que um acompanhamento mais de perto é indicado para carteiras muito específicas e grandes, acima de R$ 3 milhões ou R$ 4 milhões. Investimentos mais arrojados em renda variável, como ações ou fundos, também exigem mais trabalho, dependendo da estratégia. "Mas, para a grande maioria dos investidores, isso não é preciso", diz.

Investir é como ver a grama crescer. Fazer muitas movimentações com o seu dinheiro é, provavelmente, uma decisão errada.
Vívian Rodrigues, planejadora financeira

3) Faça uma análise mais cuidadosa a cada três ou seis meses.

Faça isso preferencialmente com algum profissional.

Lembre sempre de fazer uma análise em um período maior, mais longo, para não correr o risco de fazer uma análise que não representa o que, de fato, está acontecendo com o seu investimento.
Vívian Rodrigues, planejadora financeira

Como saber se meu dinheiro está rendendo bem ou se posso ganhar mais?

1) Entenda o contexto e a inflação. Se a sua rentabilidade é boa ou ruim naquele ano, isso depende de fatores externos. É o caso de momentos ruins para a Bolsa, fundos ou FIIs - uma queda momentânea, por causa do contexto, não significa que o investimento é ruim.

"Não foque na rentabilidade absoluta, sem fazer análise da rentabilidade real, ou seja, em quanto sua carteira rendeu acima da inflação", afirma ela.

Você deve fazer a conta. Saiba quanto a sua carteira rendeu e subtraia a inflação do período. Por exemplo: se no ano a sua carteira rendeu 6,5%, mas a inflação no período foi de 4%, sua rentabilidade real aproximada foi de 2,5%. Vívian diz, no entanto, que a referência base é uma rentabilidade de 4% acima da inflação em um ano, ou nos últimos 12 meses.

2) Comparação precisa ser no longo prazo

Investimentos mais instáveis, como ações ou certos fundos, tendem a ter variações mais drásticas: sobem ou caem muito, em um curto espaço de tempo. Já investimentos mais conservadores, como na renda fixa, têm variações menores.

Por isso, é importante ver quanto seus investimentos renderam em um espaço mais longo de tempo. Não adianta se desesperar se, em uma semana ou mês, você teve prejuízo. "Se você tem uma carteira mais conservadora, com menos volatilidade, você até pode fazer uma análise em períodos mais curtos, de dois ou três anos. Mas se sua carteira é muito agressiva, você precisa fazer uma análise em períodos mais longos, de oito, nove ou dez anos", diz.

A gente não faz movimentação de carteira de acordo com a sua rentabilidade, mas, sim, olhando para a estratégia.
Vívian Rodrigues, planejadora financeira

3) Analise se a carteira segue adequada de acordo com o seu perfil e projetos. "Às vezes, você pode ter uma mudança de planos e, talvez, precise repensar a estratégia e ajustar os ativos também, se tem motivos para isso", diz. Você primeiro repensa a estratégia para, depois, fazer a movimentação de ativos.

Por exemplo: Seu objetivo era investir para comprar um imóvel em três anos, mas agora desistiu e quer direcionar o dinheiro para a aposentadoria. Ou ainda acha que seu perfil de investidor mudou, e quer colocar mais dinheiro na Bolsa ou em fundos, e menos na renda fixa, por exemplo.

E de quanto em quanto tempo você tem que mudar a estratégia? "Talvez nunca. A nossa carteira é mais estática do que em geral as pessoas acham que é. A carteira tem a ver mais com os nossos projetos e com o investidor que somos do que com o ciclo econômico", declara Vívian.

Ou seja, não adianta seguir os investimentos da moda, ou vender todas as suas ações só por conta de uma crise momentânea. Foque no que importa para você no longo prazo;

4) Olhe os ativos individualmente.

Por exemplo, se você tem fundo de renda fixa que investe em títulos atrelados ao CDI ou à taxa Selic, esse fundo tem que estar ganhando próximo a essa métrica (CDI ou Selic). Não cabe comparar a rentabilidade desse fundo com o índice Ibovespa. "Antes, você precisa entender a estratégia desse fundo e buscar a métrica e o prazo adequados", afirma.

Então, se o seu fundo de renda fixa estiver com rentabilidade abaixo da métrica, vale sim pensar em trocar.

"Mas, cuidado: não tome decisão logo de imediato. Se investe em algo arrojado, deve entender que esse investimento foi pensado para o longo prazo. Você deve comparar resultados individuais com a própria métrica", diz ela.

Como saber se preciso tirar ou colocar mais dinheiro em algum investimento

É importante que seus investimentos continuem adequados à sua estratégia e seu perfil.

Se você é mais conservador, pode ter 70% de investimentos em ativos que sigam a taxa de juros, a Selic, por exemplo. Veja aqui como investir se seu perfil é conservador.

Já uma pessoa mais moderada pode colocar 16% do total em fundos multimercados, por exemplo. Veja aqui como investir se seu perfil é moderado.

E uma pessoa mais arrojada, que quer e pode arriscar mais com seu dinheiro, pode colocar 20% de todo seu dinheiro em ações, por exemplo. Veja aqui como investir se seu perfil é arrojado ou sofisticado.

Se, ao analisar seus investimentos, você verificar que não está adequado, é hora de fazer ajustes. "O rebalanceamento serve para garantir que os percentuais definidos na sua estratégia sigam acontecendo", diz Vívian.

Exemplo de estratégia que você definiu para a sua carteira:

Valor investido: R$ 10 mil, distribuídos em:

  • Renda fixa de alta liquidez (para acessar o dinheiro a qualquer momento): 30% (R$ 3.000)
  • Títulos de renda fixa indexados à inflação: 40% (R$ 4.000)
  • Renda variável focada em Bolsa brasileira: 30% (R$ 3.000)

Após seis meses, a sua carteira está assim, após aportes e rentabilidades:

  • Renda fixa de alta liquidez: R$ 4.500 (percentual passou para 31%)
  • Títulos de renda fixa indexados à inflação: R$ 8.000 (percentual passou para 55%)
  • Renda variável focada em Bolsa brasileira: R$ 2.000 (percentual passou para 14%)

Total: R$ 14,5 mil

Conclusão: Os percentuais de agora estão diferentes dos percentuais traçados na sua estratégia inicial. Portanto, você precisa fazer um rebalanceamento da carteira, para que ela fique igual (ou próxima) à estratégia inicial.

Você pode rebalancear a sua carteira fazendo aportes novos, de uma vez ou aos poucos. "Seu objetivo é chegar aos percentuais da sua carteira inicial, mas não precisa buscar esse percentual cravado. A cada aporte, você vai fazendo um pouco desse rebalanceamento", afirma.

Se você não tiver dinheiro para fazer esses aportes, vai precisar sacar dos seus investimentos. "Talvez uma opção seja tirar uma parte do investimento de uma camada e colocar em outra". Ou seja, vender e comprar ativos.

Aulão: como sair da poupança com segurança para ganhar mais dinheiro

A poupança é o investimento mais usado pela maioria dos brasileiros. Mas há outras opções que podem ser mais vantajosas e que rendem mais.

Para quem está começando a investir, UOL terá uma série de quatro aulas ao vivo sobre como diversificar sua carteira. A série começa no dia 1° de junho.

O tema será "Como sair da poupança com segurança para ganhar mais dinheiro". Falaremos sobre as opções de investimento que existem, como avaliar o seu perfil para investir de acordo com sua tolerância ao risco, como diversificar sua carteira e como saber se os seus investimentos estão de acordo com os seus planos e sonhos.

Três aulas já estão no ar. O primeiro episódio e fala sobre quais são os principais investimentos existem, como funcionam e quais são seus riscos. Assista à aula completa aqui. Já o segundo episódio mostra como descobrir qual é o seu perfil de investidor para aplicar melhor seu dinheiro, veja aqui. Já a terceira aula fala sobre como montar uma carteira de investimentos e está disponível aqui.

Assista ao aulão no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, todas as quintas-feiras, das 16h às 16h40.

Assinantes do UOL podem reassistir às aulas quantas vezes quiserem. Ao final, os assinantes ainda vão ganhar um guia exclusivo sobre como investir além da poupança. Assine aqui e participe!

A última série do Papo com Especialista foi sobre como ter renda passiva pingando na sua conta com os investimentos. Para saber mais, acesse o especial "Guia de Investimentos para ter Renda Passiva", exclusivo para assinantes.

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Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL