Ação da Mattel dispara com filme da Barbie: vale investir?
Todo barulho que o novo filme da Barbie vem gerando já atingiu os papéis da Mattel (MAT), a fabricante da boneca e uma das produtoras do filme. A escalada dos ativos da empresa na Bolsa já acrescentou US$ 1 bilhão ao valor de mercado da Mattel neste ano.
Os papéis, negociados na Bolsa Nasdaq, nos Estados Unidos, tiveram uma alta de 7,71% no ano, segundo a Quantum Finance. Nos últimos 30 dias até esta quinta-feira (20), a disparada foi de 13,71%.
O ano começou fraco para a fabricante de brinquedos. As vendas de bonecas caíram 22% entre o primeiro trimestre de 2022 e o mesmo período de 2023. Em 15 de março, o papel atingiu seu valor mais baixo em 2023, custando US$ 16.
Foi quando as ações começaram a subir. Chegaram à sua maior valorização no dia 12 de julho, alcançando US$ 21,83 - 36% de alta desde então. Hoje, os papéis estão em alta de 0,29%, custando US$ 21,10, por volta das 15h.
O que provocou a alta?
O filme da Barbie é o principal motor dessa alta. A estratégia da Mattel na produção do filme está revertendo, pelo menos em parte, a queda de 43% que as ações da empresa tiveram nos últimos dez anos.
A Barbie, principal produto da Mattel, é um dos brinquedos mais populares há décadas. Com um elenco repleto de estrelas, como Margot Robbie, Ryan Gosling e Dua Lipa, o orçamento foi estimado em US$ 100 milhões.
Na esteira do filme, vêm as vendas. Além do dinheiro de bilheteria, ela vai ganhar com a venda de bonecas e de produtos licenciados. A empresa já lançou uma linha de produtos com o tema do filme. Burger King lançou um sanduíche rosa e até a rede de moda Zara (ZARA) lançou uma coleção inspirada nos "looks" da boneca.
A onda rosa vai durar?
A Mattel não é a única a faturar com filmes de brinquedos. Em abril, foi lançado no Brasil "Super Mario Bros: O Filme", que arrecadou US$ 1,3 bilhão em todo o mundo. As ações da detentora da marca, a japonesa Nintendo, vinham de uma valorização de apenas 3,11% em 2022. Este ano, porém, elas já subiram 17% até 20 de julho, para 6.426 ienes (R$ 219,72).
Desde o lançamento do filme, as ações da Nintendo subiram até o pico. Em 29 de junho, chegaram a custar 6.582 ienes. Depois disso, acumulam baixa de 2,37%.
Com a Mattel, a alta pode ser até mais duradoura. A empresa planeja lançar sequências de "Barbie" e filmes de outras franquias, como uma produção para a tela grande em "live action" de "Hot Wheels" e "Uno".
Vale comprar?
O melhor preço para comprar a ação já ficou para trás. Mas ainda vale comprar, segundo Jamie Katz, analista da empresa americana Morningstar. Segundo ela, o papel ainda está com um desconto de 18% sobre o valor justo de US$ 25, calculado pela Morningstar.
Também é uma boa compra segundo Leandro Petrokas, analista de investimentos e diretor Quantzed. Pela analise gráfica, segundo ele, a ação tem forca ainda para chegar a US$ 24. "Se superar esse patamar, pode avançar até US$ 26", diz ele.
É uma boa compra, mas há riscos, diz banco. O Bank of America recomendou a compra da ação em abril (relatório mais recente), por conta do filme e de outros lançamentos que ainda virão. Os riscos, segundo o banco, são a possibilidade do engajamento com a marca Barbie não ser tão forte e a "onda rosa" passar logo. No longo prazo, o banco acha que a queda da natalidade pode afetar as vendas de brinquedos.
Como comprar? A Mattel não tem recibos de ações negociadas na B3. Por isso, para investir, é preciso ter uma conta internacional em corretoras especializadas nisso.
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