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O que a CVC ganha com a crise da 123milhas? O que acontece com a ação?

As ações da CVC dispararam depois que a 123milhas pediu recuperação judicial. Os investidores acreditam que, no longo prazo, a CVC vai ganhar os consumidores que deixarem a rival, hoje em dificuldades. Mesmo assim, é arriscado investir na CVC.

O que está acontecendo com a CVC

A CVC está em uma crise que não vai se resolver tão rápido. Ela está tendo prejuízo há 12 trimestres consecutivos. No segundo trimestre do ano, o prejuízo aumentou 76,1%, para R$ 167 milhões.

CVC não é competitiva na internet. "Ela era muito forte nos anos 2000. Mas a concorrência ficou mais acirrada e a empresa perdeu vantagens competitivas do negócio", diz Leandro Petrokas, diretor e sócio da Quantzed.

Teve problemas em seu balanço. Em 2020, a operadora encontrou um rombo de R$ 362,38 milhões em erros e distorções contábeis em suas demonstrações financeiras.

Vendas despencaram com a pandemia. A CVC sofreu com a quarentena, assim como outras empresas do mercado.

Juros altos também afetam compras caras, como viagens. Os executivos da empresa, na apresentação de resultados do segundo trimestre, também culpam os juros altos pelo estado da empresa. Isso porque ela tem dividas e vende boa parte de seus produtos parceladamente.

A empresa está tentando se reerguer. Em junho, ela fez uma oferta de ações para tentar levantar dinheiro na Bolsa, o que a ajudou a reduzir a dívida.

Custo da dívida deve começar a melhorar nos próximos meses. "A empresa tem tudo para aumentar essa lucratividade, olhando pra 2024 em diante. Então, na nossa opinião, a recomendação é de manter a ação, se você já tiver investido", diz Vitorio Galindo, analista de investimentos da Quantzed.

Ação vive montanha-russa

Ação da CVC estava em queda no ano. Até a data do pedido de recuperação judicial da 123milhas, os papéis acumulavam uma baixa de 47,88% desde o começo do ano., segundo a Economatica.

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Pedido de recuperação judicial da 123milhas fez CVC disparar na Bolsa. As ações da CVC Brasil (CVCB3) 17,09% ondem, chegando em R$ 2,74. Hoje, 31, fecharam em queda de 9,49%. Isso acontece quando uma ação sobe muito: logo em seguida, alguns investidores vendem o papel para embolsar os lucros que tiveram.

Mas essa disparada está muito longe de ajudar a CVC a recuperar seu valor de mercado. No início de 2020, antes da pandemia, a ação valia R$ 39,56. Hoje, está em R$ 2,48.

Crise da 123milhas pode ajudar a CVC?

Ação disparou com expectativa de que a CVC ganhasse clientes da 123milhas. A Hurb também está em dificuldades. É o que diz Virgilio Lage, especialista da Valor Investimentos.

Tanto a CVC quanto a 123 Milhas são empresas que brigam pela compra do consumidor que busca viagens baratas. Mas, segundo Galindo, o surgimento de plataformas de viagens com preços mais baratos, como é o caso da 123, impactou a CVC nos últimos anos, porque mostrou que o produto da operadora tradicional era mais caro. "Isso criou um ambiente de competição ruim para o setor, não só para a CVC, como também para as aéreas", diz ele.

Mas é pouco provável que a CVC ganhe mercado, mesmo com a crise das rivais. "A CVC compete em nicho de público diferente, mais focado naqueles consumidores que até não usam a internet, não compram em sites desse tipo, é um público mais conservador que busca uma marca de referência, que vai na loja do shopping", diz Galindo. Já a 123milhas atuava apenas na internet, assim como a Hurb.

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E daqui para frente, ação pode subir?

A perspectiva é que ação dobre de valor. Os papéis da CVC têm uma estimativa de recuperação de valor para os próximos 12 meses de 103%, segundo a compilação feita pelo Investing.com, com analistas de mercado.

Mas é melhor não comprar, nem vender. Essa é a recomendação do BTG, do Citi, do Bradesco e do Santander para a ação. O Bank of America e o JPMorgan classificam o papel como "underperform", ou seja, acreditam que a empresa vai ter um resultado pior que a média do mercado.

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