Depois de decisão sobre Selic, o que acontece com seus investimentos agora
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O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC decidiu reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual, de 12,75% para 12,25%. A mudança traz impactos aos investimentos dos brasileiros.
O que muda na renda fixa
Alguns tipos de investimentos em renda fixa rendem menos com os cortes nos juros — principalmente os títulos ligados a taxa de juros e ao CDI. O CDI é uma taxa cobrada em operações entre bancos, sempre próxima da Selic, que dita o rendimento de alguns investimentos da renda fixa. As aplicações como CDBs e fundos DI tendem a render menos.
Os títulos atrelados ao IPCA devem ser os mais visados pelos investidores. Por outro lado, cada tipo de título possui características específicas, e ao serem combinados com os diferentes perfis de investidores, podem fazer sentido também, afirma Vinicius Romano, Head de Renda Fixa na Suno Research.
Títulos pré-fixados, que são aqueles com a taxa definida na hora da contratação, não mudam com quedas na Selic. Se o investidor contratou um título com rendimento 11%, por exemplo, o valor vai continuar o mesmo até a data de vencimento do título, independentemente das variações dos índices econômicos brasileiros.
Em momentos de taxas de juros mais altas, os investidores tendem a optar pela renda fixa. Isto porque ela é mais segura e entrega bons rendimentos. Apesar de a Selic ter caído, a taxa de juros ainda é considerada alta, o que pode fazer com que os investidores continuem optando por títulos de renda fixa. Exemplos de títulos de renda fixa são Tesouro Direto, CDBs, LCIs e LCAs.
Apesar da redução da Selic e consequente reflexo sobre as expectativas na curva de juros, continuamos com uma visão positiva para a renda fixa de maneira geral, dadas as taxas de juros ainda elevadas, mas com preferência para títulos atrelados à inflação (+IPCA).
Research XP Investimentos
A redução da Selic reduz imediatamente o retorno de todos os investimentos indexados ao CDI, como fundos de renda fixa, CDBs pós-fixados e Tesouro Selic.
Eduardo Mira, professor e sócio da Me Poupe!
O que muda na renda variável
As quedas da Selic favorecem os investimentos em renda variável. Caso a taxa de juros caia mais, a tendência é que as pessoas migrem para investimentos que ofereçam algum tipo de rendimento real, mesmo implicando um grau maior de risco, diz Ricardo Rodi, economista e líder do Mercado de Capitais do Grupo Crowe. É o caso de investimentos em Bolsa, como ações e FIIs, ou fundos multimercado.
Ciclos que quedas de juros, como o que o Brasil está, tendem a ser positivo para a Bolsa. Antonio Sanches, especialista em investimentos da Rico, afirma no blog da Rico que as quedas de juros favorecem empresas listas em bolsa.
Isso porque juros menores ajudam a reduzir o custo de capital para as empresas nos modelos de analistas (aumentando o preço justo de ações), elevam os seus lucros por conta da queda nas despesas financeiras, e melhoram a saúde financeira das empresas que têm dívida alta e precisam de novos financiamentos.
Antonio Sanches, especialista em investimentos na Rico.
Queda de juros
O Copom sinalizou que deve reduzir a taxa de juros em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. "Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", afirma o BC em nota.
O Comitê não deu sinais de quando o ciclo de queda de juros deve terminar. Em nota, diz que a decisão dependerá "da evolução da dinâmica inflacionária". O ciclo de cortes começou em agosto, quando o BC cortou a taxa de 13,75% para 13,25%, depois de um ano com a taxa no patamar de 13,75%.
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