O que é o open investment? Que dados são compartilhados? Tem vantagens?
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O open investment é a mais nova etapa do compartilhamento de dados financeiros dos usuários entre bancos e outras instituições financeiras, com objetivo de melhorar a oferta de serviços financeiros. Segundo o Banco Central, o objetivo é entregar ofertas de investimentos mais adequadas para cada investidor - inclusive taxas mais baratas e investimentos mais rentáveis.
Open investment é nova etapa do compartilhamento de dados
O open banking, primeira fase do projeto do Banco Central, começou em fevereiro de 2021. Os clientes de instituições financeiras passaram a autorizar o compartilhamento de seus dados, como saldo, produtos de crédito e serviços contratados, entre as empresas do ecossistema. Com as informações, as instituições poderiam enviar ofertas mais assertivas aos usuários.
Leque de informações abriu. Com a mudança do open banking para o open finance, o modelo foi ampliado de produtos e serviços financeiros mais tradicionais para incluir serviços de investimentos, câmbio, seguros e previdência.
27 milhões de pessoas consentiram em abrir seus dados. Os 27 milhões de CPFs únicos chegaram a 40 milhões de consentimentos ativos de clientes em setembro, de acordo com dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Open investment é mais uma evolução. A diferença é que agora os consumidores podem autorizar que dados de investimentos sejam compartilhados com corretoras, bancos, distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
Que dados podem ser compartilhados?
Pessoas e empresas já podem solicitar o compartilhamento de seus dados cadastrais. São informações sobre transações em suas contas, como saldos, extratos e demais movimentações, cartão de crédito e produtos de crédito contratado, como empréstimo, financiamento e crédito consignado, por exemplo.
Com nova etapa, aumenta gama de dados que podem ser compartilhados, como:
- Certificado de Depósito Bancário (CDB).
- Recibo de Depósito Bancário (RDB).
- Letras de Crédito Imobiliário (LCI).
- Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).
- Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).
- Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).
- Debêntures.
- Títulos públicos federais disponibilizados pelo Tesouro Direto.
- Cotas de fundos de investimento (renda fixa, ações, cambial e multimercado).
- Ações.
- Cotas de fundos de índices listados em Bolsa de Valores.
Quais as vantagens para os investidores?
Benefícios vão de ofertas com taxas menores a rentabilidades maiores. Segundo o Banco Central, o consumidor ainda tem a oportunidade de visualizar as informações de diversas instituições em um só lugar, ter acesso a produtos complementares ao portfólio e aconselhamento mais preciso sobre a gestão da carteira.
Open finance ainda está em estágio inicial. São bancos, instituições de pagamentos, cooperativas de crédito, fintechs e demais organizações financeiras. "A tendência é de que a taxa de adesão de mais instituições e mais clientes seja exponencial nos próximos anos", diz Ricardo Pacheco, diretor de fundos da Sinqia.
Pode permitir portabilidade. Ao simplificar e padronizar cadastros em corretoras, o serviço também pode, no futuro, viabilizar a portabilidade de investimentos, trazendo maior competitividade ao mercado de corretoras, seguindo o fim da exclusividade dos assessores de investimentos, diz Gianluca Malta, head da QI DTVM.
Ideia é fazer com investimentos o que foi realizado com crédito e movimentações na conta corrente. Assim, Pacheco afirma que o número de ofertas deve crescer muito nesse cenário. A CVM já indicou a intenção de evoluir o open finance para o open capital market. Neste sistema, fariam parte ainda mais informações sobre o que os usuários fazem com seu dinheiro, com compartilhamento de dados sobre crowdfunding, agronegócio, finanças sustentáveis, criptoativos e até Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs).
Clientes poderão tomar decisões mais embasadas. É o que diz Gianluca Malta, head da QI DTVM, empresa fornecedora de tecnologia para a indústria de serviços financeiros.
Este é um novo passo no projeto mais global de open capital markets, também vislumbrado pela CVM [Comissão de Valores Mobiliários], que deve padronizar o cadastro de investidores nas corretoras, além de viabilizar a portabilidade de investimentos, trazendo maior competitividade ao mercado de corretoras, seguindo o fim da exclusividade dos assessores de investimentos.
Gianluca Malta, head da QI DTVM
O investidor poderá ter em uma única interface uma visão holística dos seus investimentos e das oportunidades de investimento que são mais adequadas ao seu perfil, independente da instituição financeira que efetivamente está aplicando seus recursos. Devemos ter jornadas mais fluídas e a democratização da informação agora ganha notoriedade no universo dos investimentos.
Ricardo Pacheco, diretor de fundos da Sinqia
Mas há riscos?
Nova atividade exige cautela. Entre as preocupações, estão questões regulatórias e segurança dos dados, diz Renan Basso, cofundador e diretor de negócios da MB Labs, empresa especializada em consultoria e desenvolvimento de aplicativos e plataformas digitais. "É crucial que tanto os usuários quanto as instituições financeiras estejam cientes desses desafios e trabalhem juntos para encontrar soluções que garantam um ambiente seguro e confiável", afirma.
Como todo novo serviço, é preciso prestar atenção ao que é legítimo e o que é golpe. As instituições financeiras e órgãos reguladores seguem atentos, diz Pacheco, da Sinqia. "É como o Pix. Foi um sucesso excepcional para todos, mas trouxe novos riscos, e esses riscos vêm sendo mitigados", afirma.
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