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Petrobras sofre na Bolsa com dividendos e rumores sobre Prates e Mercadante

Uma profusão de notícias vem provocando sobe e desce nas ações da Petrobras PETR3 e PETR4) recentemente. Os rumores sobre uma possível demissão do presidente, Jean Paul Prates, levaram a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a abrir um processo administrativo para supervisionar o que é comunicado pela estatal. Além disso, ainda paira a indecisão quanto à distribuição de dividendos extraordinários.

Tudo isso vem afastando os investidores do papel. Nesta sexta-feira (5), PETR4 estava, por volta do meio-dia, em queda de 0,32%, a R$ 37,76. PETR3 era cotada a R$ 38,91, em baixa de 0,54%. No acumulado do ano, entre tanto sobe e desce, as ações estão andando praticamente de lado. Até o pregão de quinta-feira (4), PETR3 evoluiu apenas 0,36% e PETR4, 1,72%, segundo a Investing.com.

Do início do ano até 3 de abril, houve uma retirada de R$ 25 bilhões da Bolsa. "A maior parte disso é de ações da Petrobras. O investidor estrangeiro está vendendo o papel porque não gosta de incertezas", diz Alvaro Bandeira, coordenador da comissão de economia da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec Brasil).

O que está acontecendo?

Prates vem sofrendo críticas do governo. Ele não estaria fazendo os investimentos que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva gostaria de realizar na estatal. Por isso, de acordo com duas fontes do governo ouvidas pela Reuters, ele pode sair do cargo. Aloizio Mercadante é o nome cogitado para ocupar a vaga.

Mercadante é um nome que o mercado entende como sendo da ala um pouco mais radical do PT. Ao menos a história política dele mostra isso, o que naturalmente não seria bem visto, bem aceito.
Leandro Petrokas, diretor e sócio da Quantzed

Quando essa notícia começou a circular na quinta-feira (4), as ações caíram 5%. "A gente está falando de uma perda de valor de mercado de aproximadamente R$ 2,5 bilhões em questão de 15, 20 minutos", diz Petrokas.

Mas logo outro rumor amenizou as perdas das ações. Informações não oficiais sobre dividendos animaram os investidores - segundo O Globo, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e Rui Costa, da Casa Civil, concordaram sobre pagamento de dividendos extraordinários. As PETR3 terminaram o dia em baixa de 0,46%, a R$ 39,12. Já PETR4 recuou 1,41%, sendo negociada a R$ 37,88.

No final da quinta-feira, após o fechamento do pregão, a Petrobras soltou um comunicado. Reiterou que não há decisão quanto à distribuição de dividendos extraordinários, e que quem aprova a destinação do lucro, incluindo o pagamento de dividendos, é a Assembleia Geral de Acionistas, que será realizada no dia 25 de abril.

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O pagamento dos dividendos extraordinários pela Petrobras pode ajudar o governo. O dinheiro garantiria um espaço fiscal adicional no orçamento de cerca de R$ 50 bilhões até o final do governo. O cálculo é de auxiliares do presidente, segundo a Folha de S. Paulo.

O problema é que a CVM não gostou desse vai e vem de informações. Estaria havendo vazamento de notícias ao mercado. A comissão abriu processo administrativo para supervisionar "notícias, fatos relevantes e comunicados" relacionados à Petrobras.

O que fazer com as ações?

A Petrobras foi a quarta petroleira mais lucrativa do mundo em 2023. A companhia reportou um lucro de US$ 24,9 bilhões no ano passado. Além disso, a ação preferencial (PETR4) da Petrobras foi a quinta maior valorização do Ibovespa em 2023, com alta de 86% no ano.

Apesar de todo barulho, o BTG continua recomendando a compra. "A decisão de reiterar a compra não depende do pagamento de dividendos", relatou o banco. O que embasa a decisão é o preço do petróleo. As ações ainda podem ganhar com as altas recentes que levaram o preço do barril a US$ 90. Mas o banco adverte que " uma potencial mudança no comando continua a ser o principal risco."

É a mesma posição da XP. A corretora reitera os riscos, mas ainda aconselha a compra. Em relação ao preço atual de PETR4 (R$ 37,66), a XP calcula um potencial ganho de 19,76%, com a ação chegando a R$ 45,10 até o fim do ano. Para PETR3, a ação sairia do preço atual de R$ 38,69 para R$ 45,10, um ganho potencial de 16,57%.

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