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Ex-chefe do FMI tenta impedir livro sobre suposta relação com autora

25/02/2013 08h18

O ex-diretor-geral do FMI Dominique Strauss-Kahn vai pedir que a justiça francesa suspenda a publicação do livro "Belle et bête" (A bela e a fera, tradução livre), que fala sobre o envolvimento de Strauss-Kahn com a autora da obra. O anúncio foi feito à AFP nesta segunda-feira pelos advogados de DSK.

O pedido de impedimento do livro, que deve chegar às livrarias francesas nesta quarta-feira, será assunto de uma audiência nesta terça-feira.

Strauss-Kahn acusa a escritora Marcela Iacub e sua editora, Stock, por "atentado à intimidade da vida privada". Ele pede a inserção de um encarte em cada um dos exemplares da obra e, "a título subsidiário", o recolhimento do livro. Na França, uma decisão judicial de suspensão de um livro é rara.

Ele pede também que Marcela Iacub, a editora Stock e a revista Nouvel Observateur --que publicou um artigo sobre o livro na semana passada-- paguem uma indenização de 100 mil euros. O ex-chefe do FMI também pede que uma publicação judicial cubra a integralidade da capa da revista, afirmaram os advogados.

Marcela Iacub, jurista, ensaísta e cronista do jornal Libération, afirma ter se relacionado com DSK de janeiro a agosto de 2012.

Mesmo que o ex-ministro francês não seja mencionado explicitamente no livro, Iacub confirmou em entrevista à revista Nouvel Observateur que o livro faz referência a Dominique Strauss-Kahn, reconhecendo também que a obra mistura realidade e ficção.

No livro, a autora chama o personagem principal de "ser dúbio, meio homem, meio porco". Segundo ela, o termo "porco" não é de forma alguma pejorativo.

O ex-líder do FMI falou sobre seu "desgosto" em relação ao livro, enquanto sua esposa --de quem separou-se recentemente--, a jornalista Anne Sinclair, falou que a história é "mentirosa".

Considerado durante muito tempo como favorito às eleições presidenciais francesas em 2012, Strauss-Kahn renunciou ao cargo mais importante do Fundo Monetário Internacional e às suas ambições políticas após ter sido acusado, em 2011, de assediar a camareira do quarto do hotel onde estava hospedado, em Nova York. Depois que as acusações foram retiradas, DSK e a camareira chegaram a um acordo financeiro no final do ano passado.

Na França, Strauss-Kahn, 63 anos, é atualmente investigado por seu possível envolvimento em uma rede de prostituição.