Bolsa e real encerram ano turbulento em forte alta
São Paulo, 30 dez 2016 (AFP) - Apesar da recessão e da crise política, investir na bolsa brasileira foi um bom negócio em 2016.
Enquanto o Brasil vivia uma época repleta de turbulências, seus mercados registraram os melhores resultados em anos, um fenômeno que os especialistas atribuem à alta do preço das commodities.
A Bolsa de São Paulo, a maior da América Latina, fechou na quinta-feira as operações de 2016 em alta de 38,9%, seu primeiro ano no positivo desde que concluiu 2012 com um avanço de 7,4%.
Os 60.227 pontos do índice Ibovespa, o principal indicador da Bolsa de São Paulo, ficam agora muito distantes dos 43.349 com os quais encerrou 2015, quando perdeu 13%.
Desde então, no entanto, aconteceram muitas coisas significativas na economia mais importante da região.
Foram registrados meses de tensão política e incerteza que levaram à suspensão em maio e ao impeachment em agosto da presidente Dilma Rousseff, além do início da gestão de Michel Temer e seu polêmico plano de cortes, tudo com a maior operação anticorrupção da história do Brasil como pano de fundo.
Mas, embora seguissem atentos ao thriller político e judicial que abalava o país, os investidores operavam olhando para fora.
"A bolsa e o real despontaram em relação ao resto dos mercados mundiais em 2016. Não considero que tenha relação com questões domésticas, como a crise política ou o impeachment, que também influenciaram, e sim com os preços das commodities, especialmente do petróleo", afirmou à AFP André Perfeito, economista-chefe da consultora Gradual Investimentos.
Favorecidos pela conjuntura, os papéis da mineradora Vale (+128,99% em suas ações preferenciais), da metalúrgica Gerdau (+189,16%) e da Usiminas (+169%) estiveram entre os que mais se valorizaram em 2016.
Até mesmo o desempenho da Petrobras, sacudida pelo escândalo de corrupção revelado na operação 'Lava Jato', foi positivo: as ações preferenciais (PN) da petroleira se valorizaram 121,9% durante o ano.
"O mercado brasileiro é muito mais sensível a variações externas porque é muito grande. O barril Brent subiu em 2016 mais de 50% e, se sua evolução for observada em comparação com os lucros da Bolsa de São Paulo em dólares, são dois gráficos muito equilibrados", explicou Perfeito.
Real disparadoAo mesmo tempo, o real começava uma escalada que o levou de 4,166 unidades por dólar no dia 21 de janeiro - o menor valor de sua história - a fechar na quinta-feira a 3,252 por dólar.
Desde o primeiro dia de operações do ano, a divisa brasileira ganhou 21,46%, de acordo com os dados da consultora CMA.
Com sua forte alta, o real foi a moeda que mais se valorizou no mundo em relação ao dólar, muito à frente do rand sul-africano, segundo o estudo da Gradual Investimentos, que adverte que a tendência pode se reverter no próximo ano.
"A média das projeções para o fim de 2017 está em 3,50 reais no relatório Focus e é um consenso entre os analistas internacionais que a chegada de Trump deve se traduzir em um fortalecimento do dólar devido à reação do FED às ambições fiscalistas do novo ocupante da Casa Branca", avaliou a consultora em sua análise.
Às incertezas externas, agravadas pela alta das taxas de juros nos Estados Unidos e pelas dúvidas sobre o rumo dos preços de petróleo, o Brasil soma muitas dúvidas próprias para o ano que se inicia.
"Há um certo otimismo com o governo novo, mas todas as reformas ainda estão em uma fase muito inicial e a questão política ainda é muito delicada devido à Operação Lava Jato. Não se pode dizer que os problemas estão resolvidos", disse Perfeito.
Na última pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central (BCB), o mercado reduziu pela décima semana consecutiva suas expectativas de recuperação da economia brasileira em 2017, que deve crescer apenas 0,5%.
Para este ano, a previsão é de uma contração do PIB de 3,49%, depois de ter caído 3,8% em 2015, prolongando pelo segundo ano consecutivo a pior recessão da maior economia latino-americana em mais de um século.
Enquanto o Brasil vivia uma época repleta de turbulências, seus mercados registraram os melhores resultados em anos, um fenômeno que os especialistas atribuem à alta do preço das commodities.
A Bolsa de São Paulo, a maior da América Latina, fechou na quinta-feira as operações de 2016 em alta de 38,9%, seu primeiro ano no positivo desde que concluiu 2012 com um avanço de 7,4%.
Os 60.227 pontos do índice Ibovespa, o principal indicador da Bolsa de São Paulo, ficam agora muito distantes dos 43.349 com os quais encerrou 2015, quando perdeu 13%.
Desde então, no entanto, aconteceram muitas coisas significativas na economia mais importante da região.
Foram registrados meses de tensão política e incerteza que levaram à suspensão em maio e ao impeachment em agosto da presidente Dilma Rousseff, além do início da gestão de Michel Temer e seu polêmico plano de cortes, tudo com a maior operação anticorrupção da história do Brasil como pano de fundo.
Mas, embora seguissem atentos ao thriller político e judicial que abalava o país, os investidores operavam olhando para fora.
"A bolsa e o real despontaram em relação ao resto dos mercados mundiais em 2016. Não considero que tenha relação com questões domésticas, como a crise política ou o impeachment, que também influenciaram, e sim com os preços das commodities, especialmente do petróleo", afirmou à AFP André Perfeito, economista-chefe da consultora Gradual Investimentos.
Favorecidos pela conjuntura, os papéis da mineradora Vale (+128,99% em suas ações preferenciais), da metalúrgica Gerdau (+189,16%) e da Usiminas (+169%) estiveram entre os que mais se valorizaram em 2016.
Até mesmo o desempenho da Petrobras, sacudida pelo escândalo de corrupção revelado na operação 'Lava Jato', foi positivo: as ações preferenciais (PN) da petroleira se valorizaram 121,9% durante o ano.
"O mercado brasileiro é muito mais sensível a variações externas porque é muito grande. O barril Brent subiu em 2016 mais de 50% e, se sua evolução for observada em comparação com os lucros da Bolsa de São Paulo em dólares, são dois gráficos muito equilibrados", explicou Perfeito.
Real disparadoAo mesmo tempo, o real começava uma escalada que o levou de 4,166 unidades por dólar no dia 21 de janeiro - o menor valor de sua história - a fechar na quinta-feira a 3,252 por dólar.
Desde o primeiro dia de operações do ano, a divisa brasileira ganhou 21,46%, de acordo com os dados da consultora CMA.
Com sua forte alta, o real foi a moeda que mais se valorizou no mundo em relação ao dólar, muito à frente do rand sul-africano, segundo o estudo da Gradual Investimentos, que adverte que a tendência pode se reverter no próximo ano.
"A média das projeções para o fim de 2017 está em 3,50 reais no relatório Focus e é um consenso entre os analistas internacionais que a chegada de Trump deve se traduzir em um fortalecimento do dólar devido à reação do FED às ambições fiscalistas do novo ocupante da Casa Branca", avaliou a consultora em sua análise.
Às incertezas externas, agravadas pela alta das taxas de juros nos Estados Unidos e pelas dúvidas sobre o rumo dos preços de petróleo, o Brasil soma muitas dúvidas próprias para o ano que se inicia.
"Há um certo otimismo com o governo novo, mas todas as reformas ainda estão em uma fase muito inicial e a questão política ainda é muito delicada devido à Operação Lava Jato. Não se pode dizer que os problemas estão resolvidos", disse Perfeito.
Na última pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central (BCB), o mercado reduziu pela décima semana consecutiva suas expectativas de recuperação da economia brasileira em 2017, que deve crescer apenas 0,5%.
Para este ano, a previsão é de uma contração do PIB de 3,49%, depois de ter caído 3,8% em 2015, prolongando pelo segundo ano consecutivo a pior recessão da maior economia latino-americana em mais de um século.
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