Inflação pressiona economia britânica
Londres, 13 Jun 2017 (AFP) - A inflação no Reino Unido, que em maio chegou a quase 3%, um recorde em quatro anos, se coloca como um novo obstáculo para a economia britânica, em um contexto de complexas negociações do Brexit e de incertezas na política interna.
Em maio, o aumento dos preços chegou a 2,9% ao ano, um recorde desde junho de 2013, segundo dados do instituto nacional de estatísticas (ONS) publicados nesta terça-feira.
O dado não só supera as previsões dos economistas consultados por Bloomberg (2,7%), como também as do Banco Central da Inglaterra, que não previa um aumento deste nível até o final do ano.
O recorde é ainda mais significativo porque no final de 2015 a inflação ainda era próxima de 0%.
A inflação acelerou primeiro progressivamente e depois de forma mais intensa pela desvalorização da libra esterlina, consequência direta do "sim" ao Brexit no referendo 23 de junho de 2016.
A desvalorização tem o efeito de encarecer muito os produtos importados, como aconteceu em maio, quando os preços de alimentação, roupas, sapatos e produtos eletrônicos aumentaram muito mais do que em abril.
Este aumento só foi contido em parte pela estabilização dos preços dos combustíveis, devido à queda do petróleo.
A inflação supera assim o ritmo de aumento dos salários, o que diminui o poder aquisitivo das famílias e coloca em risco o consumo, motor da economia nos últimos meses.
Após o choque do "sim" dos britânicos para abandonar a União Europeia (UE), a economia do Reino Unido se manteve estável graças ao consumo das famílias, dispostas inclusive a endividar-se.
Mas em 2017 essa confiança parece estar em queda, e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre caiu até 0,2% em relação ao trimestre anterior.
"Com uma inflação provavelmente acima de 3% nos próximos meses e com as rendas das famílias que provavelmente não aumentarão, o futuro será duro para os consumidores", afirma Howard Archer, economista do EY Item Club.
Para Paul Hollingsworth, da Capital Economics, a inflação "já não está muito longe de seu máximo".
Se o gasto dos particulares continuar diminuindo, a economia britânica, que já sofre com os fracos investimentos decorrentes das incertezas sobre a negociação do Brexit, se verá afetada.
Após o dado ruim da inflação, o Tesouro britânico tentou passar uma mensagem tranquilizadora e garantiu que o governo ajuda as famílias a enfrentar o custo da vida diária "mantendo os imposto baixos, congelando o imposto sobre a gasolina e aumentando o salário mínimo".
No entanto, o próprio executivo britânico enfrenta um período de instabilidade após as eleições legislativas de quinta-feira, em que os conservadores perderam a maioria absoluta na Câmara dos Comuns.
Em uma pesquisa realizada após as eleições, a organização patronal Institute of Directors apontou uma queda da confiança dos empresários na economia nos próximos meses.
Só o setor financeiro parece apostar no otimismo ao esperar que a derrota dos conservadores contribua para um Brexit "flexível", ou seja, mantendo o Reino Unido dentro do mercado único, ao contrário do planejado até agora pela primeira-ministra Theresa May.
Em maio, o aumento dos preços chegou a 2,9% ao ano, um recorde desde junho de 2013, segundo dados do instituto nacional de estatísticas (ONS) publicados nesta terça-feira.
O dado não só supera as previsões dos economistas consultados por Bloomberg (2,7%), como também as do Banco Central da Inglaterra, que não previa um aumento deste nível até o final do ano.
O recorde é ainda mais significativo porque no final de 2015 a inflação ainda era próxima de 0%.
A inflação acelerou primeiro progressivamente e depois de forma mais intensa pela desvalorização da libra esterlina, consequência direta do "sim" ao Brexit no referendo 23 de junho de 2016.
A desvalorização tem o efeito de encarecer muito os produtos importados, como aconteceu em maio, quando os preços de alimentação, roupas, sapatos e produtos eletrônicos aumentaram muito mais do que em abril.
Este aumento só foi contido em parte pela estabilização dos preços dos combustíveis, devido à queda do petróleo.
A inflação supera assim o ritmo de aumento dos salários, o que diminui o poder aquisitivo das famílias e coloca em risco o consumo, motor da economia nos últimos meses.
Após o choque do "sim" dos britânicos para abandonar a União Europeia (UE), a economia do Reino Unido se manteve estável graças ao consumo das famílias, dispostas inclusive a endividar-se.
Mas em 2017 essa confiança parece estar em queda, e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre caiu até 0,2% em relação ao trimestre anterior.
"Com uma inflação provavelmente acima de 3% nos próximos meses e com as rendas das famílias que provavelmente não aumentarão, o futuro será duro para os consumidores", afirma Howard Archer, economista do EY Item Club.
Para Paul Hollingsworth, da Capital Economics, a inflação "já não está muito longe de seu máximo".
Se o gasto dos particulares continuar diminuindo, a economia britânica, que já sofre com os fracos investimentos decorrentes das incertezas sobre a negociação do Brexit, se verá afetada.
Após o dado ruim da inflação, o Tesouro britânico tentou passar uma mensagem tranquilizadora e garantiu que o governo ajuda as famílias a enfrentar o custo da vida diária "mantendo os imposto baixos, congelando o imposto sobre a gasolina e aumentando o salário mínimo".
No entanto, o próprio executivo britânico enfrenta um período de instabilidade após as eleições legislativas de quinta-feira, em que os conservadores perderam a maioria absoluta na Câmara dos Comuns.
Em uma pesquisa realizada após as eleições, a organização patronal Institute of Directors apontou uma queda da confiança dos empresários na economia nos próximos meses.
Só o setor financeiro parece apostar no otimismo ao esperar que a derrota dos conservadores contribua para um Brexit "flexível", ou seja, mantendo o Reino Unido dentro do mercado único, ao contrário do planejado até agora pela primeira-ministra Theresa May.
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