Empresários apostam em helicópteros para vencer o trânsito de São Paulo
Desde el cielo de Sao Paulo, Brasil, 19 Jul 2017 (AFP) - Gustavo Boyde vive nos Estados Unidos e passa quatro dias em São Paulo a cada viagem de trabalho. Com pouco tempo disponível, gastar duas horas indo para o aeroporto é um luxo. "Por causa disso optei pelo helicóptero", diz, com a cidade literalmente aos seus pés.
Utilizar um aplicativo para pedir um helicóptero em São Paulo, de forma imediata, é a novidade que o serviço Voom promete popularizar de forma progressiva.
A subsidiária da Airbus iniciou operações na capital econômica do Brasil em abril. O modelo, similar ao do Uber, permite solicitar um helicóptero com apenas uma hora de antecedência.
"Nosso objetivo é que o transporte em helicóptero seja acessível para muito mais gente, que os helicópteros sejam vistos como mais uma opção", explica Uma Subramanian, diretora-executiva do Voom.
Cerca de 500 cidades foram avaliadas para lançar o serviço, mas São Paulo tinha uma combinação insuperável de fatores.
O estado de São Paulo, com 44,8 milhões de habitantes (12 milhões deles na capital), tem a maior infraestrutura para helicópteros do mundo. Segundo a Associação Nacional de Aviação Civil (ANAC), o estado possui 528 heliportos, quase a metade dos 1.086 do país, e 700 helicópteros registrados (32,8% da frota nacional).
O Voom viu na crise econômica do Brasil "uma oportunidade" para entrar no mercado dos voos mais baratos. E os profissionais do setor o consideram uma nova fonte de trabalho.
"No cenário atual de retração do mercado, entendemos como positiva" a chegada do serviço, disse Arthur Fioratti, presidente da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe), que representa quase 2.000 profissionais.
O setor cresceu entre 2010 e 2013, impulsado pelo momento econômico positivo, quando eram realizadas 2.000 operações diárias no estado de São Paulo, em contraste com as 1.300 de agora, aponta a Abraphe.
- Economia terceirizada-O Voom carece de infraestrutura de voo própria. Funciona com três operadores de helicópteros e cinco heliportos da área metropolitana.
Através de um aplicativo, o cliente se registra e indica seu peso e o da sua bagagem. Recebe a tarifa e reserva seu voo, embora as viagens possam ser canceladas por problemas climáticos.
Percorrer os 30 km do sudoeste da cidade até o aeroporto internacional de Guarulhos demora nove minutos e custa 480 reais. O mesmo trecho com um táxi aéreo custaria cerca de 5.000 reais e deveria ser solicitado dois dias antes.
A alternativa do Voom é atrativa para Boyde, que em táxi e com pouco trânsito demoraria uma hora e meia e pagaria 150 reais pelo trajeto.
"O Voom entrou no meu orçamento de viagem, porque é fácil e econômico. (...) São duas horas que posso aproveitar para trabalhar, o que vale muito em prazos tão curtos como os meus", diz.
O Voom aposta em executivos e viajantes frequentes e pretende popularizar o uso do helicóptero até o ponto de torná-lo competitivo com o táxi, diz Subramanian.
Mas este tipo de transporte é considerado elitista. No deck de um hotel quatro estrelas no sudoeste da cidade, não é raro ver passageiros esperando o seu voo. Entre seis e dez pessoas utilizam a pista por dia, em sua maioria executivos ou pessoas com alto poder aquisitivo, que querem evitar as ruas engarrafadas.
"Quando meus amigos veem que vou de helicóptero brincam que eu fiquei rico, aí eu falo que é questão de 400-500 reais e eles ficam surpresos (...) Acho que quanto mais pessoas saibam o preço do serviço, ele vai crescer ainda mais", opina Lucas Amadeu, gerente de mercado que mora em São Paulo e que se tornou cliente do Voom pelo seu trabalho.
Amadeu agora só vai de táxi para o aeroporto quando o mau tempo lhe impede de decolar.
Na cidade de São Paulo há 5,9 milhões de automóveis, um para cada duas pessoas. No horário de pico há entre 330 e 576 km de engarrafamentos. A má qualidade do transporte público e o aumento das tarifas provocou, em 2013, a maior onda de protestos da história contemporânea do país.
O Voom realizou um teste com o apoio da Uber em 2016, com 1.100 voos em um mês, diz Subramanian, que prefere manter em segredo a evolução da demanda.
As expectativas do Voom podem ser, porém, moderadas pelos questionamentos sobre os riscos ambientais da massificação desse meio de transporte, como acontece em Nova York, onde se discute a diminuição de voos por dia.
A próxima parada do Voom será a Cidade do México.
Utilizar um aplicativo para pedir um helicóptero em São Paulo, de forma imediata, é a novidade que o serviço Voom promete popularizar de forma progressiva.
A subsidiária da Airbus iniciou operações na capital econômica do Brasil em abril. O modelo, similar ao do Uber, permite solicitar um helicóptero com apenas uma hora de antecedência.
"Nosso objetivo é que o transporte em helicóptero seja acessível para muito mais gente, que os helicópteros sejam vistos como mais uma opção", explica Uma Subramanian, diretora-executiva do Voom.
Cerca de 500 cidades foram avaliadas para lançar o serviço, mas São Paulo tinha uma combinação insuperável de fatores.
O estado de São Paulo, com 44,8 milhões de habitantes (12 milhões deles na capital), tem a maior infraestrutura para helicópteros do mundo. Segundo a Associação Nacional de Aviação Civil (ANAC), o estado possui 528 heliportos, quase a metade dos 1.086 do país, e 700 helicópteros registrados (32,8% da frota nacional).
O Voom viu na crise econômica do Brasil "uma oportunidade" para entrar no mercado dos voos mais baratos. E os profissionais do setor o consideram uma nova fonte de trabalho.
"No cenário atual de retração do mercado, entendemos como positiva" a chegada do serviço, disse Arthur Fioratti, presidente da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe), que representa quase 2.000 profissionais.
O setor cresceu entre 2010 e 2013, impulsado pelo momento econômico positivo, quando eram realizadas 2.000 operações diárias no estado de São Paulo, em contraste com as 1.300 de agora, aponta a Abraphe.
- Economia terceirizada-O Voom carece de infraestrutura de voo própria. Funciona com três operadores de helicópteros e cinco heliportos da área metropolitana.
Através de um aplicativo, o cliente se registra e indica seu peso e o da sua bagagem. Recebe a tarifa e reserva seu voo, embora as viagens possam ser canceladas por problemas climáticos.
Percorrer os 30 km do sudoeste da cidade até o aeroporto internacional de Guarulhos demora nove minutos e custa 480 reais. O mesmo trecho com um táxi aéreo custaria cerca de 5.000 reais e deveria ser solicitado dois dias antes.
A alternativa do Voom é atrativa para Boyde, que em táxi e com pouco trânsito demoraria uma hora e meia e pagaria 150 reais pelo trajeto.
"O Voom entrou no meu orçamento de viagem, porque é fácil e econômico. (...) São duas horas que posso aproveitar para trabalhar, o que vale muito em prazos tão curtos como os meus", diz.
O Voom aposta em executivos e viajantes frequentes e pretende popularizar o uso do helicóptero até o ponto de torná-lo competitivo com o táxi, diz Subramanian.
Mas este tipo de transporte é considerado elitista. No deck de um hotel quatro estrelas no sudoeste da cidade, não é raro ver passageiros esperando o seu voo. Entre seis e dez pessoas utilizam a pista por dia, em sua maioria executivos ou pessoas com alto poder aquisitivo, que querem evitar as ruas engarrafadas.
"Quando meus amigos veem que vou de helicóptero brincam que eu fiquei rico, aí eu falo que é questão de 400-500 reais e eles ficam surpresos (...) Acho que quanto mais pessoas saibam o preço do serviço, ele vai crescer ainda mais", opina Lucas Amadeu, gerente de mercado que mora em São Paulo e que se tornou cliente do Voom pelo seu trabalho.
Amadeu agora só vai de táxi para o aeroporto quando o mau tempo lhe impede de decolar.
Na cidade de São Paulo há 5,9 milhões de automóveis, um para cada duas pessoas. No horário de pico há entre 330 e 576 km de engarrafamentos. A má qualidade do transporte público e o aumento das tarifas provocou, em 2013, a maior onda de protestos da história contemporânea do país.
O Voom realizou um teste com o apoio da Uber em 2016, com 1.100 voos em um mês, diz Subramanian, que prefere manter em segredo a evolução da demanda.
As expectativas do Voom podem ser, porém, moderadas pelos questionamentos sobre os riscos ambientais da massificação desse meio de transporte, como acontece em Nova York, onde se discute a diminuição de voos por dia.
A próxima parada do Voom será a Cidade do México.
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