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Credores europeus da Grécia alcançam acordo sobre dívida e saída do plano de ajuda

21/06/2018 20h38

Luxemburgo, 21 Jun 2018 (AFP) - Os ministros das Finanças da zona do euro alcançaram um acordo sobre como aliviar a elevada dívida da Grécia e sua saída de quase uma década de programas de resgate, indicaram fontes coincidentes na madrugada de sexta-feira (21).

"Temos um acordo sobre a Grécia", indicou à AFP uma dessas fontes após pouco mais de seis horas de negociações sobre a dívida grega em Luxemburgo, onde os 19 ministros do Eurogrupo também discutiram o futuro da zona do euro.

As discussões sobre a dívida (quase 180% do PIB) eram cruciais ao retorno da Grécia aos mercados no próximo 20 de agosto, quando seus credores buscam mostrar a credibilidade de uma economia grega após anos de duras reformas.

Em 2010, a Grécia não pôde continuar se financiando nos mercados internacionais e teve que recorrer ao financiamento de seus parceiros europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que exigiram do país um rígido plano de austeridade.

As autoridades europeias das Finanças concordaram em estender por dez anos o vencimento de uma parte significativa da dívida grega, segundo uma fonte europeia.

Também decidiram sobre o desembolso final de 15 bilhões de euros no contexto do terceiro plano de ajuda adotado em 2015 por um montante de 86 bilhões de euros e do qual o Fundo Monetário Internacional (FMI) não participou.

No total, a Grécia se beneficiou de 273 bilhões de euros de assistência financeira por parte de seus credores, os países da zona do euro e o FMI, ao longo de três programas de resgate desde 2010, a mudança de centenas de reformas.

A crise financeira mundial de 2008 se transformou em uma crise da dívida no bloco europeu, que impactou especialmente nos países do sul da Europa, como Grécia, Chipre, Espanha e Portugal, e cujas consequências ainda são sentidas.

Apesar de um crescimento de 1,4% do PIB em 2017 e do 1,9% estimado para este ano, e um excedente orçamentário de 0,8% (-15,1% em 2009), a Grécia continua tendo o nível da dívida mais alto da Eurozona e de desemprego (20,8%, em fevereiro).