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Com o blues 'na pele', guitarrista do ZZ Top lança 2º álbum solo

27/09/2018 13h47

Londres, 27 Set 2018 (AFP) - Seja qual for a moda musical ou o desaparecimento da geração B.B. King: o blues, "música da alma", é imortal, disse à AFP o guitarrista-vocalista do ZZ Top Billy Gibbons por ocasião do lançamento de seu segundo álbum solo, "The Big Bad Blues".

O álbum soa exatamente como seu título: blues generosos, guitarras fartas, baixos profundos e, claro, a voz cavernosa de Billy Gibbons, que se tornou lenda com ZZ Top.

Depois de um primeiro álbum mergulhado na música cubana, "Perfectamundo" (2015), recebido de forma morna pelos críticos, este novo trabalho é um regresso às origens para o texano de 68 anos.

"Esta grande forma de arte americana que chamamos de blues, eu tenho na pele, e eu sempre tive", afirmou ele, em passagem por Londres.

"Há algo humano, autêntico (no blues). Um relacionamento com os altos e baixos (da vida) e todos os pontos no meio".

Neste álbum de 11 faixas, Billy Gibbons retoma dois trechos de Muddy Waters, "Standing Aronund Cryin" e "Rollin' and Tumblin", como um tributo à geração dos grandes bluesmen do século passado, cujo um dos mais ilustres representantes, B.B. King, faleceu em 2015, aos 89 anos.

Com ele morreu uma era, mas o blues está longe de ser enterrado, considera Billy Gibbons. "O que é surpreendente sobre o blues é sua capacidade de renascer década após década", diz ele.

- O blues, um 'estado de espírito' -"O blues é um estado de espírito. Nem sempre encontramos as palavras para falar sobre isso, mas todos nós temos em nós".

E independentemente das tendências musicais dominantes, hip hop ou RnB, "não vejo o blues desaparecer tão cedo".

"Você nunca sabe quem será a próxima estrela", continua ele. "Mas, mais cedo ou mais tarde, vamos nos deparar com um bluesman que fará multidões se levantarem".

Certamente o estilo evoluiu, continua ele, os três acordes básicos dando origem a uma enorme quantidade de universos musicais mais ou menos sofisticados. Mas no final, "sempre voltamos à estaca zero: uma forma de simplicidade".

Para encontrar esse blues autêntico que ele gosta tanto, Billy Gibbons diz que costuma retornar, entre duas gravações, para onde tudo começou, acompanhado de seus dois cúmplices do ZZ Top.

"Quando pudíamos fugir do estúdio, muitas vezes íamos ao delta do Mississippi", berço do "Delta Blues", uma das correntes fundadoras do blues.

Um lugar tão impregnado pela música, que "parece que o blues pode sair do chão".

Acompanhado por seus músicos, Billy Gibbons fará uma turnê pela América do Norte de 13 de outubro a 18 de novembro, antes do 50º aniversário do ZZ Top.

A banda fará residência no Venetian, um hotel em Las Vegas, de 18 de janeiro a 2 de fevereiro.

"Os mesmos três caras tocando os mesmos três acordes, será divertido", antecipa com prazer Billy Gibbons, cuja famosa barba - a mesma que o baixista Dusty Hill do ZZ Top - chega até o meio do peito.

"A barba, ela me acompanha em todo lugar que vou!", afirma.

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