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Estudo mostra que milho transgênico não afeta saúde de ratos

12/12/2018 20h56

Paris, 12 dez 2018 (AFP) - Uma dieta à base de milho transgênico ministrada durante seis meses a ratos não afetou sua saúde nem seu metabolismo, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira na revista Toxicological Sciences.

O texto contradiz uma pesquisa polêmica do professor francês Gilles-Eric Séralini sobre a toxicidade do milho OGM (Organismo Geneticamente Modificado) NK 603.

A Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (Efsa) rejeitou o estudo de Séralini em 2012 devido às "lacunas constatadas na concepção e na metodologia" da pesquisa, que concluiu que havia um alto risco de tumores na mama e de lesões hepatorrenais para os ratos alimentados com milho NK 603.

Os autores do novo estudo tomaram precauções para evitar críticas. Em vez de 90 dias, o experimento durou seis meses.

O ensaio foi feito por um consórcio de pesquisa pública, no âmbito do programa Risk'OGM, financiado pelo ministério francês de Transição Ecológica.

Os ratos receberam uma dieta que continha milho OGM (MON 810 ou NK 603), ou uma de milho não OGM, em diferentes concentrações.

Os pesquisadores usaram técnicas de biologia de alto rendimento para buscar variações no metabolismo.

Assim, identificaram indicadores que podem diferenciar os regimes MON 810 e NK 603. "Ao final de seis meses de testes, não foi identificada nenhuma diferença significativa do ponto de vista biológico entre regimes OGM e não OGM", indicou o comunicado.

"Não foi observada nenhuma alteração nos órgãos e em particular no fígado, rins ou no aparelho reprodutor dos ratos com dietas OGM", apontou o estudo.

Finalmente, os pesquisadores não encontraram evidências de "efeitos nocivos da alimentação com milho MON 810 e NK 603 sobre a saúde e o metabolismo dos roedores, inclusive após um longo período de exposição", concluem o Instituto nacional francês de pesquisa agronômica e o Instituto nacional francês de saúde e pesquisa médica.

O MON 810 produz uma proteína Bt que torna o milho resistente a alguns insetos, enquanto o NK 603 inclui um gene que o torna resistente ao glifosato, herbicida comercializado pela Monsanto.