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Advogado dos EUA quer criar organização de passageiros após acidentes da Boeing

22/03/2019 15h31

Nova York, 22 Mar 2019 (AFP) - Ralph Nader, um advogado de direitos do consumidor nos Estados Unidos que perdeu um parente em um acidente de avião da Boeing, pediu nesta sexta-feira para formar uma organização de defesa dos passageiros.

A sobrinha de Nader, uma trabalhadora humanitária de 23 anos, estava no Boeing 737 Max da Ethiopian Airlines que caiu em 10 de março no sudeste de Addis Ababa, deixando 157 pessoas mortas, incluindo passageiros e membros da tripulação.

Este foi o segundo avião da Boeing a cair depois de decolar em apenas cinco meses, seguido de um anterior na Indonésia. No total, 346 pessoas morreram nos dois acidentes.

Nader, que há muito luta pelos direitos dos consumidores, enfrentou a indústria automobilística na década de 1960 para forçá-la a colocar os cintos de segurança nos carros. O ativista disse que estava trabalhando para esclarecer os laços estreitos entre a Boeing e os reguladores norte-americanos na Agência Federal de Aviação (FAA).

"A FAA é muito acolhedora com a Boeing e chegou a um ponto absurdo, no qual a Boeing designa seus próprios inspetores", disse ele, observando que um sistema de alerta não foi instalado como padrão para alertar os pilotos sobre falhas técnicas, que acredita-se ter causado ambos acidentes.

"Eles estão na fábrica e estão apontando peças diferentes e um funcionário da Boeing diz 'Acho que isso atende ao padrão', outro diz 'Como representante do governo dos EUA, eu o endosso' e depois a FAA os sela", disse Nader à rede de notícias CNBC.

"Isso não é regular, isso é a raposa cuidando do galinheiro", acrescentou. "Nós realmente precisamos de uma grande organização de consumidores neste país", disse Nader, que era um candidato presidencial independente em 2000.

Os acidentes na Indonésia e na Etiópia provocaram grande preocupação com a segurança do modelo Boeing 737 Max.

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