EUA adiam emissão de cédula de US$ 20 com rosto de militante antiescravidão
Washington, 23 Mai 2019 (AFP) - O projeto para colocar em circulação cédulas de US$ 20 com o rosto de uma ativista negra que lutou contra a escravidão foi adiado até pelo menos 2028, anunciou o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin.
A imagem de Harriet Tubman (1822-1913), que fugiu da escravidão e ajudou outras pessoas a fazer o mesmo, deveria substituir a partir de 2020 a face do presidente populista Andrew Jackson (1767-1845), uma figura admirada por Donald Trump e controversa como ele.
A decisão foi anunciada em 2016 pelo governo de Barack Obama.
"A razão principal pela qual analisamos o novo design da nota de US$ 20 é a questão da falsificação", disse Mnuchin em uma audiência no Congresso. "Com base nisto, a nova cédula de US$ 20 não será emitida até 2028", completou, sem revelar mais detalhes.
Durante a campanha presidencial, Trump chamou a escolha de Tubman como uma decisão "puramente do politicamente correto", sugerindo que a ativista deveria aparecer nas cédulas de US$ 2, uma nota que não é emitida há muito tempo.
Homenageada foi escolhida após pesquisa
Tubman foi selecionada como a primeira mulher a aparecer nas cédulas americanas após uma grande pesquisa de opinião da Secretaria do Tesouro durante o governo de Obama.
Outra pesquisa, do "Women on 20s", um grupo que pede a figura de uma mulher nas cédulas de dólar, registrou mais de 500 mil respostas em uma votação online, na qual Tubman foi a primeira entre quatro finalistas, que incluíam a ativista dos direitos civis Rosa Parks e a primeira-dama Eleanor Roosevelt.
Jackson, que foi presidente de 1829 a 1837, está na cédula desde 1928.
Em seu governo teve início o processo de expulsão dos indígenas de suas terras ancestrais em estados do sudeste dos Estados Unidos, o que provocou milhares de mortes por fome e doenças. Como militar, Jackson liderou uma invasão a uma região onde ex-escravos haviam se estabelecido.
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