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União Europeia, uma longa história de avanços e crises

17/10/2019 11h12

Paris, 17 Out 2019 (AFP) - Do Tratado de Roma a Maastricht, passando pela criação do euro, da crise migratória e do Brexit, esses são os avanços e retrocessos que marcaram a longa construção do bloco europeu.

- Ata de nascimento -Em 9 de maio de 1950, Robert Schuman, ministro das Relações Exteriores da França, lançou a pedra fundamental da construção europeia propondo à Alemanha, apenas cinco anos após o fim da guerra, integrar a produção de carvão e aço franco-alemão em uma organização aberta a todos os países da Europa.

Um ano depois, em 18 de abril de 1951, é assinado o Tratado de Paris, que cria a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). O acordo é assinado pela Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo.

- Da CEE à UE -Em 25 de março de 1957, os seis países assinaram em Roma o tratado fundador da Europa política e econômica, que estabelece a Comunidade Econômica Europeia (CEE), um mercado comum baseado na livre circulação com a remoção de barreiras alfandegárias entre os Estados membros.

No início de 1958, são criadas as instituições comunitárias: o Conselho de Ministros, a Comissão e a Assembleia Parlamentar.

Em janeiro de 1973, o Reino Unido, a Dinamarca e a Irlanda aderem à CEE, seguidos pela Grécia (1981), Espanha e Portugal (1986), Áustria, Finlândia e Suécia (1995).

O tratado de Maastricht (Holanda), o segundo ato fundador da construção europeia, é assinado em 7 de fevereiro de 1992.

O acordo estipula a adoção da moeda única e estabelece uma União Europeia.

Desde janeiro de 1993, o mercado único tornou-se realidade com a livre circulação de mercadorias, serviços, pessoas e capital.

Mas é preciso esperar até março de 1995 pelos acordos de Schengen (Luxemburgo) para permitir que os cidadãos europeus viajem sem controle nas fronteiras.

- Eurogrupo e a Europa dos 28 -Em 1º de janeiro de 2002, o euro entra no cotidiano de cerca de 300 milhões de pessoas.

Somente o Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia optam por manter suas moedas nacionais.

Após a queda do Muro de Berlim em 1989 e a subsequente desintegração da União Soviética, os países da Europa Oriental iniciaram o processo de adesão à UE.

Assim, em maio de 2004, o bloco abre suas portas para a Polônia, República Tcheca, Hungria, Eslováquia, Lituânia, Letônia, Estônia, Eslovênia, e também Malta e Chipre.

A Bulgária e a Romênia seguem os passos em 2007 e a Croácia em 2013.

- Tempo de crise -Na primavera de 2005, a rejeição de uma constituição europeia pelos franceses e holandeses faz a UE entrar em uma crise institucional.

O Tratado de Lisboa, destinado a melhorar o funcionamento das instituições de uma UE mais abrangente, tenta resolver a crise. Apesar das dificuldades, é ratificado em 2009.

Nesse mesmo ano, o governo grego anunciou um aumento acentuado de seu déficit, o primeiro sinal de alarme de uma vasta crise financeira.

Grécia, Irlanda, Espanha, Portugal e Chipre pedem ajuda aos seus parceiros e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que exige medidas drásticas de austeridade.

No meio da crise financeira, a crise da dívida faz com que os governos europeus caiam um a um.

Logo após a crise financeira, a UE enfrenta sua pior crise de imigração desde o final da Segunda Guerra Mundial, com a chegada de centenas de milhares de candidatos a asilo.

A UE não implementa um plano de ação comum para aliviar essa crise.

- Brexit -A crise do Brexit, a mais recente, causa um novo golpe à UE, já enfraquecida pelo aumento do populismo e do euroceticismo.

Após uma campanha calcada em temas como imigração e economia, 51,9% dos britânicos votam em 23 de junho de 2016 a favor da saída do Reino Unido da União a partir de 29 de março de 2019.

Os líderes da UE e a primeira-ministra conservadora Theresa May tentam chegar a um primeiro acordo que, no entanto, é rejeitado três vezes pelo parlamento britânico, o que causa um adiamento do Brexit para 31 de outubro e a renúncia da chefe de Governo.

Seu sucessor, Boris Johnson, chega a um novo acordo com a UE em 17 de outubro, mas sua adoção pelo parlamento britânico, onde perdeu a maioria, permanece incerta.