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Reino Unido está a gerações de alcançar igualdade de gênero, diz informe

13/01/2020 16h20

Londres, 13 Jan 2020 (AFP) - O Reino Unido ainda está a "gerações" de erradicar a desigualdade entre homens e mulheres, que "domina todas as áreas da vida pública", segundo um informe publicado nesta segunda-feira (13) pela associação de defesa da igualdade Fawcett Society.

O organismo pede a introdução de "cotas, objetivos, medidas de flexibilidade laboral, publicação dos abismos salariais" e outras medidas sem as quais, afirma, "os progressos continuarão sendo lentos demais".

De acordo com o informe, baseado em dados coletados entre setembro e janeiro, as mulheres são apenas 6% dos diretores executivos do índice FTSE 100 das maiores empresas cotadas no Reino Unido, ou seja, uma em cada 20.

Alison Rose, do Royal Bank of Scotland (RBS) se tornou este outono a primeira mulher a comandar um grande banco da City - coração financeiro - de Londres.

O Fórum Econômico Mundial advertiu recentemente que, no ritmo atual, serão necessários mais de 200 anos para se alcançar a igualdade de gênero no mundo do trabalho.

O informe "Sexo e Poder 2020", da Fawcett Society, destaca, entre outras coisas, que nos meios de comunicação britânicos as mulheres representam apenas 21% dos chefes de redação de jornais nacionais e apenas quatro delas são diretoras de redação.

"Apesar de se falar muito na importância de se ter mulheres em cargos de liderança, (...) ainda estamos a gerações de distância de conseguir a igualdade de gênero", denunciou Sam Smethers, diretora-executiva da Fawcett.

O informe destaca, ainda, "uma alarmante falta de mulheres não brancas na direção de organizações em todos os setores", incluindo "sindicatos, organizações beneficentes, organizações esportivas".

As pessoas portadoras de deficiência, lésbicas, gays, transgêneros ou bissexuais também correm o risco de estar "sub-representadas" devido a uma combinação de "discriminação, assédio e barreiras estruturais", ressalta.

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