FMI alerta que vírus da China atinge uma economia global frágil
Washington, 19 Fev 2020 (AFP) - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou nesta quarta-feira (19) que o impacto econômico da nova epidemia do coronavírus na China terá curta duração, na melhor das hipóteses, mas é um momento frágil para a economia mundial.
Ameaçada por muitos outros riscos, incluindo a guerra comercial não resolvida entre Estados Unidos e China, a economia global não está em boa posição para lidar com um impacto prolongado, afirmou Georgieva no blog do órgão.
"A verdade é que a incerteza está se tornando o novo normal", afirmou em um artigo intitulado "Encontrando uma base sólida para a economia global".
O novo coronavírus "é a nossa incerteza mais urgente (...) É um lembrete claro de como uma recuperação frágil pode ser ameaçada por eventos imprevistos".
Até o momento, o vírus que surgiu na China deixou 2.000 mortos e pelo menos 74.000 doentes, com outras 900 pessoas infectadas e cinco mortos em cerca de 30 países. A crise da saúde causou interrupções no transporte e forçou muitas empresas a fecharem suas portas.
A empresa americana Apple, que depende da produção chinesa, alertou esta semana que isso limitará o fornecimento de seus aparelhos iPhone.
Georgieva repetiu a visão do FMI de que o novo coronavírus provavelmente terá apenas um efeito de curto prazo, marcado por um declínio acentuado no PIB da China e seguido por uma forte recuperação.
Ela alertou, contudo, que a situação pode piorar, com consequências mais graves para outros países, à medida que o impacto se espalha.
"Um surto duradouro e mais severo causaria uma desaceleração do crescimento mais aguda e prolongada na China", escreveu.
"Seu impacto global seria ampliado através de interrupções mais substanciais na cadeia de suprimentos e um declínio mais persistente na confiança dos investidores, especialmente se a epidemia se estender além da China", completou.
Nesta quarta, o Fundo alertou novamente que os riscos para a economia global "permanecem tendendo para baixo", em seu relatório aos ministros das Finanças do Grupo dos 20 e aos governadores dos bancos centrais que se reunirão na Arábia Saudita no fim de semana.
O organismo multilateral com sede em Washington reduziu em janeiro sua previsão de crescimento global para este ano, a 3,3%, apesar do alívio da trégua na disputa comercial entre EUA e China que causou a imposição mútua de tarifas a bilhões de dólares em bens.
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