Crise de saúde provoca aumento da demanda de respiradores e mobiliza a indústria
Paris, 24 Mar 2020 (AFP) - Após a falta de luvas e máscaras, a demanda de respiradores disparou ante a pandemia da Covid-19 e mobiliza as indústrias, que tentam desenvolver soluções inovadoras.
"Enquanto a pandemia se propaga, existe uma demanda sem precedentes de material médico, em especial de respiradores" declarou Kieran Murphy, diretor executivo da GE Healthcare.
O grupo americano de aparelhos médicos aumentou a produção e reforçou o quadro de funcionários, com um sistema de trabalho de 24 horas.
A fabricante sueca Getinge também aumentou a capacidade de produção "ante a demanda exponencial em todo o planeta", anunciou a empresa em um comunicado.
O mesmo esforço foi adotado pela francesa Air Liquide, que aumentou a linha de montagem. A produção de ventiladores de reanimação passará de 500 ao mês para 1.100 em abril e a produção dos ventiladores não invasivos de saúde em casa de 200 a 600 no mesmo período.
Na Alemanha, a gigante da área de tecnologia médica Dräger afirma que dobrou a produção de respiradores nas últimas semanas, enquanto a Löwenstein trabalha para atender o pedido do governo de 6.500 aparelhos respiratórios nos próximos três meses. A empresa já havia começado a ampliar a produção em fevereiro, após o aumento da demanda procedente da China.
- Necessidade de funcionários -Será suficiente? A epidemia de coronavírus provoca um fluxo de pacientes nos hospitais, onde alguns serviços de reanimação já estão lotados e correm o risco de ficar sem respiradores artificiais, alertaram os diretores de hospitais franceses.
Na Itália, diante da saturação dos hospitais, a Sociedade Italiana de Anestesia, Reanimação e Cuidados Intensivos já contemplava no início de março um limite de idade para a admissão na UTI.
Como resposta, os poderes públicos recorrem a outras indústrias que podem ajudar os hospitais.
No domingo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou as fabricantes de automóveis General Motors, Ford e Tesla a fabricar ou ajudar no aumento da produção de respiradores.
A Ford, por exemplo, vai colaborar com a GE Healthcare para fabricar um conceito simplificado do respirador dessa última, anunciaram as duas empresas nesta terça.
Na França, a montadora PSA informou à AFP que estuda "seriamente se é factível" uma associação à fabricação de respiradores artificiais.
As colaborações são cada vez maiores e em alguns casos as empresas recorrem a tecnologias inovadoras, como a impressão 3D.
A empresa holandesa Ultimaker colocou à disposição dos hospitais seus centros de impressão 3D, seus especialistas e designers.
"Há uma grande demanda", afirmou à AFP o CEO do grupo, Jos Burger, antes de explicar que esta tecnologia permite imprimir válvulas para respiradores.
No leste da França, região especialmente afetada pela epidemia, a empresa de colaboração de tecnologia Belfort-Montbéliard estuda um protótipo de respirador.
"Continua em fase de protótipo, mas em uma situação de crise pode servir", destaca Olivier Lamotte, engenheiro e diretor da empresa.
"Há vários dias, todo o planeta afirma que é preciso imprimir peças para respiradores ou máscaras. Mas temos que verificar as informações: nosso papel é testar, verificar o que funciona", acrescenta.
Mais que respiradores, no entanto, faltam realmente funcionários e material de proteção nos hospitais, afirma Olivier de Cock, ex-secretário-geral do Sindicato Nacional de Anestesistas e Reanimadores da França.
lem/soe/ao/me/zm/fp
GROUPE PSA
AIR LIQUIDE
TESLA MOTORS
GENERAL MOTORS
FORD MOTOR
GETINGE
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.