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Pandemia custou U$S 460 bilhões ao turismo mundial no primeiro semestre

Turista usa máscara de proteção contra o coronavírus no Aeroporto Internacional de Los Angeles, nos Estados Unidos - Getty Images
Turista usa máscara de proteção contra o coronavírus no Aeroporto Internacional de Los Angeles, nos Estados Unidos Imagem: Getty Images

Da AFP, em Madri

15/09/2020 15h33

O colapso do turismo internacional por causa da pandemia do novo coronavírus reduziu a receita do setor em US$ 460 bilhões (aproximadamente R$ 2,4 bilhões) somente no primeiro semestre, segundo estimativa da OMT (Organização Mundial do Turismo), agência da ONU.

No total, o número de turistas internacionais caiu 65% durante o primeiro semestre de 2020, marcado pelo fechamento de fronteiras e restrições de mobilidade decretadas em todo o mundo para retardar a propagação do vírus.

"As perdas de receita com o turismo internacional multiplicam por cinco as registradas na crise econômica e financeira global de 2009", informou em comunicado a OMT, com sede em Madri.

Embora muitos destinos tenham começado a reabrir suas fronteiras em meados de maio, "a melhora no número de turistas internacionais prevista para a alta temporada de verão no Hemisfério Norte não se materializou", lamentou a organização.

O desastre é generalizado em todas as regiões, embora o mais atingido seja a Ásia e o Pacífico (72% menos chegadas de turistas), seguido pela Europa (-66%), África e Oriente Médio (-57%) e Américas (-55%).

A OMT também destaca o forte impacto no Nordeste Asiático (-83%) e na região mediterrânea do sul da Europa (-72%), com destinos turísticos importantes como Espanha e Itália, que se tornaram focos durante a pandemia.

A agência das Nações Unidas prevê que tanto a demanda por viagens quanto a confiança do consumidor "continuarão baixas" nos próximos meses.

E se em maio a entidade projetou três cenários possíveis para o cálculo do fim de ano, com quedas de 58% para 78%, agora opta por uma queda aproximada "de 70%" na demanda.

Suas estimativas apontam para o início da recuperação somente em 2021, com a flexibilização gradativa das restrições e a esperança de uma vacina, embora o retorno dos setor aos patamares de antes da crise na saúde devam "levar entre 2 e 4 anos".

O secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, ressaltou no comunicado que existem muitos destinos onde é possível viajar "de forma responsável e segura", e pediu aos governos que colaborem para que "o turismo mundial volte a funcionar".