Navio bloqueado no Canal de Suez pode ser liberado no início da semana
Resumo da notícia
- Promessa é da empresa envolvida na missão para liberar a via estratégica que liga o Mar Vermelho ao Mediterrâneo
- Mais de 200 navios aguardam para fazer a travessia
- Desde quarta-feira (24), autoridade do Canal de Suez tenta liberar navio de 220 mil toneladas e tamanho equivalente a 4 campos de futebol
O porta-contêineres que bloqueia o Canal de Suez pode ser retirado no início da próxima semana, afirmou a empresa envolvida na missão para liberar a via estratégica que liga o Mar Vermelho ao Mediterrâneo, onde 200 navios aguardam para fazer a travessia.
Muito mais otimista, a empresa proprietária do cargueiro Ever Given anunciou que esperava a operação de desencalhe para este sábado (26) à noite, embora outras fontes tenham citado "dias ou semanas" para a retomada do tráfego no canal, por onde passa 10% do comércio marítimo internacional.
Apesar de o incidente ter sido inicialmente atribuído aos fortes ventos e a uma tempestade de areia, Osama Rabie, presidente da Autoridade do Canal de Suez (SCA), afirmou que "os fatores meteorológicos não são as razões principais para o encalhe do navio" e citou outros possíveis "erros técnicos ou humanos".
Desde quarta-feira (24), a SCA tenta liberar o navio de mais de 220 mil toneladas e com um tamanho equivalente a quatro campos de futebol. O cargueiro está preso no sul do canal, a alguns quilômetros da cidade de Suez.
"Com os barcos que teremos no local, a terra que já conseguimos dragar e a maré alta, esperamos que seja suficiente para desencalhar o navio no início da próxima semana", afirmou Peter Berdowski, diretor executivo da Royal Boskalis, a matriz da Smit Salvage, a empresa holandesa contratada para ajudar na operação.
Se isto não for suficiente, será necessário retirar os contêineres para reduzir o peso do cargueiro, advertiu Berdowski, uma solução que levaria muito mais tempo.
A empresa proprietária do porta-contêineres demonstrou mais confiança. "Estamos eliminando os sedimentos com ferramentas de dragagem adicionais", afirmou Yukito Higaki, presidente da empresa japonesa Shoei Kisen, proprietária do navio.
Higaki disse que aguardava o desencalhe do "Ever Given" na madrugada de sábado para domingo.
A empresa contratada para a operação de liberação do navio expressou mais prudência até o momento e chegou a citar "dias ou até semanas" para resolver o problema.
Uma operação da SCA na sexta-feira (26), com a ajuda rebocadores, "não teve sucesso", informou a Bernhard Schulte Shipmanagement (BSM), empresa com sede em Singapura e responsável pela gestão técnica do navio.
- Mais de 200 navios esperando -Segundo a revista especializada Lloyd's List, mais de 200 navios estavam bloqueados na sexta-feira nos dois extremos e na zona de espera, localizado no centro do canal, o que gera importantes atrasos na entrega de petróleo e outros produtos.
A publicação calcula que o porta-contêineres está bloqueando o equivalente a US$ 9,6 bilhões de carga por dia.
A gigante do transporte marítimo Maersk e a alemã Hapag-Lloyd informaram na quinta-feira que examinavam a possibilidade de desviar seus navios e passar pelo Cabo da Boa Esperança, um desvio de 9.000 quilômetros e pelo menos sete dias adicionais de viagem ao redor do continente africano.
Uma maré alta esperada para domingo à tarde pode "ser de grande ajuda" para as equipes técnicas que tentam liberar o navio, afirmou à AFP Plamen Natzkoff, especialista da VesselsValue.
"Se não conseguirem liberar o navio, a próxima maré alta não acontecerá antes de 15 dias e isto pode ser problemático", completou.
"O 'Ever Given' não está apenas preso na areia da superfície, também está retido dentro da margem", disse Natzkoff.
Quase 19.000 navios utilizaram o canal em 2020, segundo a SCA, o equivalente à média de 51,5 por dia.
Um relatório da Allianz Global Corporate & Specialty sobre segurança marítima aponta que o "Canal de Suez apresenta um excelente balanço de segurança em seu conjunto, e os incidentes de navegação são extremamente raros, com 75 incidentes na última década".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.