Bayer reserva R$ 22,7 bi para ações envolvendo agrotóxico associado a casos de câncer
O grupo alemão Bayer, proprietário de Monsanto, anunciou hoje que vai criar uma reserva adicional de US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 22,7 bilhões) para enfrentar as possíveis consequências dos processos por glifosato na Justiça dos Estados Unidos.
Para antecipar uma possível decisão judicial desfavorável, o grupo informou em um comunicado que vai considerar a provisão de um montante bruto de US$ 4,5 bilhões, antes de impostos, no segundo trimestre de 2021.
Desde a compra, em 2018, da empresa agroquímica americana Monsanto, produtora do herbicida Round'Up — acusado de ser cancerígeno —, a Bayer enfrenta vários processos nos Estados Unidos.
O anúncio ocorre depois que um juiz americano rejeitou em maio o plano proposto pela Bayer para tentar limitar o custo de futuras ações judiciais coletivas contra o Round'Up.
O grupo alemão planejava reservar até US$ 2 bilhões (R$ 10 bilhões) para enfrentar futuros processos, quantia considerada insuficiente por um juiz americano.
Segundo ele, este valor não protege suficientemente os interesses das pessoas que usaram o Round'Up antes de fevereiro de 2021 e ainda não foram diagnosticadas com um linfoma de Hodgkin (câncer do sistema linfático).
O caso voltou às mãos da Justiça dos EUA, e a Bayer explica que estabeleceu "dois cenários básicos".
A primeira hipótese se baseia na obtenção de uma decisão favorável da Suprema Corte americana, resultado para o qual o grupo alemão considera ter "boas chances" e "argumentos sólidos".
Já uma decisão judicial desfavorável ao grupo significaria que a empresa "ativará seu próprio programa de gestão de reclamações", explicou o CEO da Bayer, Werner Baumann, em uma teleconferência hoje. Neste caso, a quantia de 4,5 bilhões de dólares já está reservada.
Uma decisão final está prevista para 2022.
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