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Air India faz encomenda de 470 aviões, a maior da história

Avião da frota da Air India - Yatrik Sheth/Getty Images
Avião da frota da Air India Imagem: Yatrik Sheth/Getty Images

14/02/2023 14h20Atualizada em 14/02/2023 16h41

A Air India fez o maior pedido na história da aviação comercial ao encomendar 400 aeronaves de média distância e 70 de longa distância da Airbus e da Boeing para atender à expectativa de crescimento do imenso mercado indiano.

A companhia indiana, privatizada no ano passado, assinou hoje uma carta de intenções com a Airbus para a compra de 210 aeronaves da família A320neo (140 A320 e 70 A321) e 40 aeronaves A350 de longo alcance.

Também fez um pedido firme de 190 aviões Boeing 737 MAXs, 20 B787s e 10 B777Xs, de acordo com uma fonte do governo dos Estados Unidos.

O valor da transação não foi divulgado, mas os últimos preços públicos dos dois fabricantes, que nunca são efetivamente aplicados por conta dos descontos concedidos, elevariam o valor a mais de 70 bilhões de dólares.

Até agora, o maior pedido da história havia sido registrado em 2011, quando a American Airlines encomendou 460 aeronaves de média distância Airbus A320 e Boeing 737.

O pedido da Air India para a Airbus estava em negociação há quase dois anos e deve ser "concluído nas próximas semanas", segundo o diretor comercial da fabricante de aviões, Christian Scherer.

Também inclui um "número significativo de opções" para os A320, à medida que a Air India cresce para se tornar "uma companhia de classe mundial", disse N. Chandrasekaran, chefe do grupo Tata, proprietário da Air India.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o presidente francês, Emmanuel Macron, que participaram da cerimônia de assinatura com a Airbus por videoconferência, revelaram este acordo como parte da parceria estratégica entre os dois países.

"Há um profundo compromisso na França em fornecer as tecnologias mais eficazes disponíveis para a Índia e em fazer parte de sua estratégia 'Made in India'", disse Macron.

Terceiro mercado do mundo

A Air India opera atualmente uma frota de 115 aviões e não compra nenhuma aeronave nova desde 2006.

A empresa foi nacionalizada em 1953 e contou com o apoio de governos sucessivos, que até 2009 injetaram 15 bilhões de dólares para evitar seu declínio em relação às empresas de baixo custo.

O governo acabou vendendo a Air India por 2,4 bilhões de dólares para o grupo Tata, um conglomerado que produz de chá a aço.

Desde que assumiu o controle da empresa, em janeiro de 2022, o Tata pretende renovar a frota para responder ao esperado crescimento do mercado indiano e captar parte do tráfego de longa distância, em detrimento das companhias do Golfo, que fazem a ligação entre a grande diáspora indiana e seu país de origem.

O diretor da Air India, Campbell Wilson, quer alcançar 30% de participação no mercado interno da Índia nos próximos cinco anos e espera abrir mais rotas internacionais.

A Índia é o terceiro maior mercado de transporte aéreo do mundo e, de acordo com as previsões da Airbus, seu tráfego crescerá a uma média anual de 6,6% nas próximas duas décadas, quase o dobro da média mundial.

O mercado indiano deve quadruplicar até 2041 e alcançar 641 milhões de pessoas, segundo previsões da fabricante europeia de aeronaves.