Desenvolvedor imobiliário chinês Country Garden alerta para 'incertezas' sobre pagamentos de títulos

O empresa de desenvolvimento imobiliário chinesa Country Garden afirmou, nesta quarta-feira(16), que existem "incertezas importantes" sobre o pagamento de títulos de dívidas, o que gerou temores sobre a saúde do setor imobiliário, altamente endividado no país.

Country Garden, incluída na lista da Forbes das 500 maiores empresas do mundo, revelou perdas de bilhões de dólares e que poderia suspender pagamentos.

Como a Evergrande, sua concorrente e também com uma dívida bilionária, se a Country Garden quebrar, as repercussões no sistema financeiro e econômico da China seriam catastróficas. 

"Atualmente há incertezas importantes sobre o pagamento de títulos corporativos", indicou a companhia em um documento enviado à Bolsa de Xangai nesta quarta. 

O grupo aparentava solidez financeira, mas na semana passada deixou de pagar os juros de dois empréstimos. Após um período de 30 dias, a empresa pode entrar em moratória se não pagar. 

A Country Graden estimou sua dívida em cerca de 1,15 bilhão de yuans (159 bilhões de euros ou 885 bilhões de reais na cotação da época) no final de 2022, mas, segundo a agência Bloomberg, o valor seria de cerca de 1,4 bilhões de yuans (193 bilhões de dólares ou cerca de um trilhão de reais).

Além disso, há títulos de dívida corporativa, no valor de 31 bilhões de yuans (4,27 bilhões de euros ou 23,23 bilhões de reais) que vencem em 2024, segundo a agência de classificação Moody's, que baixou a nota do grupo na última quinta-feira para "Caa2", apontando para um "alto risco de crédito".

A situação da Country Garden é consequência direta de uma crise sem precedentes no setor imobiliário, que, juntamente com o de construção, por muito tempo representou um quarto do PIB da China. 

Para reduzir o nível de endividamento do setor, desde 2020, as autoridades endureceram as condições de acesso ao crédito para empresas de desenvolvimento, esgotando as fontes de financiamento dos grupos já endividados. 

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A mudança gerou uma série de inadimplências, como a da Evergrande, que minou a confiança de potenciais compradores e repercutiu em todo o setor.

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© Agence France-Presse

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