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Por que advogados querem exumar corpo de fundador de bolsa de criptomoedas que morreu 'misteriosamente'

Gerald Cotten era a única pessoa que tinha senhas para carteiras digitais da QuadrigaCX - Divulgação
Gerald Cotten era a única pessoa que tinha senhas para carteiras digitais da QuadrigaCX Imagem: Divulgação

14/12/2019 18h43

Advogados que representam usuários da QuadrigaCX, uma bolsa de criptomoedas do Canadá que acabou falindo, estão pedindo às autoridades do país a exumação do corpo do fundador da plataforma, Gerald Cotten.

Os advogados dizem que pediram o procedimento devido às "circunstâncias questionáveis" em torno da morte do empresário.

Cotten morreu subitamente no ano passado, na Índia, por causa de complicações relacionadas à Doença de Crohn, um problema inflamatório intestinal que pode afetar todo o aparelho digestivo.

Após a morte do fundador, a chamada exchange não conseguiu localizar ou garantir reservas significativas de criptomoedas para as pessoas que participavam da bolsa.

Quando morreu, Cotten tinha 30 anos e era a única pessoa que possuía senhas em carteiras digitais que continham US$ 180 milhões em criptomoedas (cerca de R$ 740 milhões, na cotação atual).

Sua morte prematura forçou o fechamento da QuadrigaCX, que tinha cerca de 115 mil usuários na época.

Os rumores sobre a morte circularam desde então. Houve quem dissesse que Cotten falsificou sua própria morte e tentou fugir com o dinheiro dos fundos, embora nenhuma evidência de tal esquema tenha sido revelada posteriormente.

Na sexta-feira, a equipe jurídica que representa os usuários da plataforma no processo de falência enviou uma carta à polícia do Canadá solicitando a exumação e uma autópsia post mortem no corpo de Cotten, "para confirmar sua identidade e a causa da morte".

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A bolsa QuadrigaCX tinha cerca de US$ 180 milhões em criptomoedas quando faliu
Imagem: Olhar Digital

Os advogados dizem que as informações reveladas durante o processo "destacam ainda mais a necessidade de se ter certeza se Cotten está de fato morto".

No início deste ano, uma auditoria da empresa Ernst & Young encontrou problemas significativos no gerenciamento da bolsa QuadrigaCX, incluindo a constatação de que a Cotten criou contas na plataforma com pseudônimos, que podem ter sido usados para negociar valores.

Também foi constatado que fundos substanciais foram transferidos para a conta de Cotten e para pessoas ligadas a ele.

A auditoria conseguiu recuperar aproximadamente US$ 33 milhões (R$ 135 milhões) em fundos que haviam desaparecido.

Em agosto, o FBI confirmou que também está investigando as circunstâncias da falência da bolsa de criptomoeda.

Em um comunicado enviado por seu advogado na sexta-feira, a viúva de Cotten, Jennifer Robertson, disse que "está com o coração partido ao saber do pedido" de exumação do corpo do marido.

Robertson afirmou ainda que a morte de Cotten "não deveria estar em dúvida", acrescentando que não está claro como sua confirmação "ajudaria o processo de recuperação de ativos" da Quadriga.

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